Magnitude do aborto inseguro em Pernambuco, Brasil, 1996 a 2006

Abstract

This study estimates the total number of unsafe abortions and the ratio of unsafe abortions to live births in the State of Pernambuco, Brazil, and IntroduçãoNo Brasil, o aborto induzido, também chamado de aborto inseguro, é considerado ilegal, uma vez que o Código Penal o inclui entre os crimes contra a vida, exceto em casos de estupro (aborto sentimental) e riscos à vida da mulher grávida (aborto terapêutico) 1 . Apesar dessa restrição prevista por lei, a ilegalidade do aborto não tem impedido que ele ocorra indiscriminadamente entre as diferentes classes sociais no Brasil. Mas, certamente, o fato de haver ou não complicações pós-aborto é um evento sócio e economicamente dependente 2,3,4,5 .Esta relação se deve ao fato de que, enquanto mulheres de classes sociais mais privilegiadas recorrem ao aborto em clínicas privadas com procedimentos seguros, mulheres pertencentes a classes sociais menos favorecidas são expostas a procedimentos inseguros, na maioria das vezes, realizados por profissionais não especializados, com métodos rudimentares e condições de baixa higiene, representado importante causa de morbimortalidade em mulheres 2,3,6,7 .Por outro lado, o aborto considerado seguro é aquele que é realizado nas situações previstas por lei, possibilitando às mulheres o atendimento necessário por parte dos serviços de saúde, os quais, devidamente estruturados, devem oferecer a elas assistência psicossocial no momento da decisão. Além disso, deve garantir a qualidade ARTIGO ARTICLE

Aborto inseguro no Brasil: revisão sistemática da produção científica, 2008-2018

“…This large variation may be explained in large part by the different methodological approaches used and the different populations studied. Some works included the total of women of reproductive age (with different age limits) 10,11,12,13,14,15,16,19,20,21,23 , and others focused only on young women 25,26,27,28 , or women with a previous pregnancy 17,22,23,24 , or a specific population group 29,30,31,32,33,34,35 . Studies with direct methods employed face-to-face interviews 10,11,14,17,21,22,23,24,25,26,27,29,31,32,33,35 , self-administered questionnaires 28 , ballot box method 12,13,30,34 or the RRT …”

“…Studies with direct methods employed face-to-face interviews 10,11,14,17,21,22,23,24,25,26,27,29,31,32,33,35 , self-administered questionnaires 28 , ballot box method 12,13,30,34 or the RRT 21 , the latter with lower possibility of under-reporting. Indirect estimates 15,16,19,20 , in turn, used the AGI methodology, with parameters for the correction of miscarriages, abortions that do not result in hospitalization and abortions with hospitalization in the private sector, which are not captured by the SIH database, which is restricted to hospitalizations with public funding. These parameters are subject to imprecision and have been the object of debates.…”

“…At a local level, Mello et al 19 analyzed hospital admissions in Pernambuco from 1996 to 1006 and Madeiro et al 20 carried out a similar analysis in Piauí for the 2000-2010 period. In Pernambuco, researchers found a high number of admissions due to abortion, with an estimated 621,022 unsafe abortions and a UA/LB ration of 36.1/100 live births 19 . Findings also showed differences between the state's health regions, both in the unsafe abortions frequency and in time trends.…”

Estimativas e tendências de aborto provocado no Piauí: um estudo ecológico no período de 2000-2010

“…Padrão semelhante foi verificado em estudo conduzido no estado de Pernambuco, que utilizou o método das internações hospitalares (porém com multiplicador 5) de 1996 a 2006. Em Pernambuco, a estimativa de abortos inseguros se apresentou elevada no período estudado, mas com tendência de diminuição da razão de aborto no estado como um todo (16) . (19) .…”

“…As estimativas de aborto induzido foram baseadas em metodologia empregada pelo Instituto Guttmacher, já utilizada em outros estudos brasileiros (6)(7)(8)16) . Calculou-se a estimativa através da fórmula: número total de abortos provocados = número total de internações por curetagem uterina x (0,75…”