A população nacional carcerária feminina vem crescendo expressivamente, mas ainda nota-se que há uma ausência de políticas públicas efetivas a esta demanda. Dentro dessa população crescente de mulheres, muitas têm obtido a experiência de gestar e parir em situação prisional. O presente estudo teve como objetivo compreender a vivência de mulheres em situação de prisão quanto à assistência recebida no ciclo gravídico puerperal. Tratou-se de uma pesquisa de campo, de caráter qualitativo, no qual foram realizadas 06 entrevistas com mulheres que vivenciaram o ciclo gravídico puerperal em situação de prisão, em um complexo penitenciário da cidade de Salvador/BA. Por se tratar de um recorte de um projeto maior, já se encontrava aprovado pelo Comitê de Ética com parecer de número 346.920. Os resultados obtidos evidenciaram que a experiência vivenciada pela população feminina em situação de prisão, quanto ao acompanhamento durante o ciclo gravídico puerperal dentro da instituição, demonstrou precariedade da assistência voltada para consultas médicas, transporte, alimentação e aporte de medicamentos. Já no âmbito hospitalar, revelou-se uma assistência efetiva, sem demonstração de discriminação, tendo maior acessibilidade de atendimento. Diante dessa perspectiva, torna-se indispensável à reavaliação da qualidade da assistência proporcionada a essas mulheres, durante o ciclo gravídico puerperal, garantindo um atendimento humanizado, assegurando a peculiaridade no processo do nascimento, preservando os seus direitos, sua autonomia e influenciando a participação ativa durante todo o período.