Planejamento participativo em organizações de saúde: o caso do Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

O presente artigo apresenta a experiência de planejamento participativo realizado no Hospital Geral de Bonsucesso, Rio de Janeiro, Brasil, nos anos de 2003 e 2004. Destacam-se o caráter participativo e comunicativo da experiência e os arranjos institucionais formulados para garantir a implementação do que fora decidido coletivamente nas oficinas de planejamento. Discutem-se os limites da implementação de propostas participativas de planejamento e gestão sob a perspectiva da mudança e relações de poder nessas instituições. Reforça-se a idéia de que projetos de mudança no Hospital que não levem em conta as distintas racionalidades e as relações de poder existentes no seu interior acabam por ter reduzido o seu potencial de implementação.

Desafios do planejamento na construção do SUS

“…Por fim, identifica-se o "enfoque participativo", um novo elemento conceitual, alicerçado no paradigma da participação que pode ser incorporado na prática do sUs (assis; Pereira; Gandin, 2001;Faveret;GraBois, 2006) como uma tendência (uma escola) dentro do campo de propostas de ferramentas para intervir sobre a realidade, transformando-a e construindo-a numa direção estabelecida em conjunto por todos os que participam de uma organização, instituição, grupo ou movimento. trata-se de um enfoque que inclui a distribuição do poder e a possibilidade de decidir na construção não apenas do "como" ou do "com que" e "com quem" fazer, mas também, do "o quê", do "para quê" ou "para quem" fazer.…”

Planejamento estratégico elaborado juntamente com a equipe de enfermagem de um hospital de médio porte

“…Vários métodos de planejamento já foram propostos para aplicabilidade nas diversas situações dos serviços de saúde (3,6,8,(10)(11) . Dentre eles, foi utilizado, neste trabalho, o Planejamento Estratégico Situacional (PES).…”

“…Outros autores (3,(7)(8)(9)11) ressaltam que, por meio do planejamento realizado junto com a equipe de saúde, podem-se programar as estratégias e as ações necessárias para alcançar objetivos e metas desejadas e preestabelecidas. Inclui a decisão acerca do que fazer, quando e como fazê-lo e de quem deverá fazê-lo (2) .…”

“…O intelectual Carlos Matus (4) , precursor do planejamento estratégico situacional, define o método como o cálculo que precede e preside a ação, possibilitando ao homem/ator social conduzir seu futuro e impor-se ao contexto por meio da razão, em interação com os outros, o que lhe permite ser estratégico na construção de projetos e nas intervenções. O autor relata, ainda, que o planejamento é ferramenta tanto de promoção de crescimento econômico, quanto de promoção do bem-estar social.Vários métodos de planejamento já foram propostos para aplicabilidade nas diversas situações dos serviços de saúde (3,6,8,(10)(11) . Dentre eles, foi utilizado, neste trabalho, o Planejamento Estratégico Situacional (PES).…”