“…A negação, portanto, do modo de vida cigano, geralmente visto como estranho e ameaçador, também é uma das marcas do contato entre as duas culturas em muitos territórios, especialmente no que se refere aos grupos mais tradicionais, sustentada em oposições como: sedentarização vs. nomadismo; moradia em casas vs. em barracas; além do uso de roupas típicas, a língua de domínio exclusivo do grupo, cultura com transmissão oral, crenças e regras endogrupais próprias (Bonomo e outros, 2012;Lima e outros, 2016;Perez e outros, 2007;Powell & Lever, 2017;Schneeweis, 2017;Villano e outros, 2017). O terceiro cluster (ciganos como 'indesejáveis') e o polo positivo do Fator 1 ('Cultura da trapaça'), bem como a ideia de que os ciganos seriam dessa forma porque "têm esperteza para ganhar dinheiro dos não-ciganos" (Tabela 3), denunciam esse processo (Andrade Júnior, 2013;Lima, Faro & Santos, 2016;Moscovici, 2009;Villano, Fontanella, Fontanella & Di Donato, 2017).…”