Buscamos apresentar um panorama histórico do que consideramos a afirmação de um pensamento latino-americano entre as décadas de 1960 e 1970. Propomos tecer uma abordagem crítica, transnacional, apoiando-se na História Intelectual, utilizando manifestos, conclusão de conferência e ensaios como marcos delineadores do debate que se desenvolveu na América Latina no período. Tal debate se perfaz no embate de ideias entre os filósofos Augusto Bondy e Leopoldo Zea e envolveu concepções sobre a História das Ideias e o “lugar das ideias” na América Latina, que abordamos na primeira parte do artigo, bem como a Teologia da Libertação e a Filosofia da Libertação, focados na segunda parte. No contexto da Guerra Fria e do crescimento do discurso autoritário na região, o contato com o Marxismo, a preocupação com uma epistemologia atrelada à realidade latino-americana, o ideal de integração da região e uma perspectiva histórico-revolucionária, libertadora, assim como suas contradições, pautaram as manifestações críticas consideradas.