2006
DOI: 10.1590/s0102-01882006000100013
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Makunaima e Macunaíma: entre a natureza e a história

Abstract: Este artigo tem como tema central a questão do desejo romântico pela natureza como resposta a conflitos políticos contemporâneos. Tomando alguns exemplos da década de 1920 no Brasil, discuto a maneira como Macunaíma, de Mário de Andrade, constituiu-se como projeção de um espaço natural prévio a toda historicidade. Em contraste, apresento o ambiente extremamente conflituoso em que Koch-Grünberg coletou relatos indígenas sobre Makunaima. A natureza estetizada inventada pelo romantismo teve como efeito o encobrim… Show more

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“…O teor positivo restringe-se à forma, uma vez que a descrição traz consigo uma dezena de negatividades e uma parentogênese deformada: nasce no "fundo do mato-virgem", é "preto retinto e filho do medo da noite", portanto, uma "criança feia", sendo sua filiação parcialmente desconhecida de modo que sabe-se apenas que é filho de uma "índia tapanhumas" (ANDRADE, 2010, p. 13). Segundo Faria (2006), trata-se de uma origem pautada por negações, uma vez que nasce num tempo e espaço não-histórico e numa geografia praticamente indefinida.…”
Section: Um Herói Transformado Um Herói Inútilunclassified
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“…O teor positivo restringe-se à forma, uma vez que a descrição traz consigo uma dezena de negatividades e uma parentogênese deformada: nasce no "fundo do mato-virgem", é "preto retinto e filho do medo da noite", portanto, uma "criança feia", sendo sua filiação parcialmente desconhecida de modo que sabe-se apenas que é filho de uma "índia tapanhumas" (ANDRADE, 2010, p. 13). Segundo Faria (2006), trata-se de uma origem pautada por negações, uma vez que nasce num tempo e espaço não-histórico e numa geografia praticamente indefinida.…”
Section: Um Herói Transformado Um Herói Inútilunclassified
“…Na contramão da exaltação do nacionalismo modernista, ocorre o reposicionamento da "condescendência tão tipicamente paulista" (HARD-MAN, [2016]) que fez do "nenhum caráter" o "apanágio da malandragem mestiça" (HARDMAN, [2016]) recusando apresentá-la como aspecto positivo da obra e negativo do caráter brasileiro. Macunaíma como "símbolo nacional", para Faria (2006), indica uma espécie de obediência ao projeto de unidade geográfica nacional do qual a figura unificadora do herói, transformado na constelação Ursa Maior, é o símbolo máximo de integração entre regiões historicamente em conflitos. Por isso, a natureza e a figura do herói atuam como uma "espécie de resposta aos dilemas políticos de seu tempo" (FARIA, 2006, p. 272).…”
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