“…Em primeiro lugar, porque o Iluminismo sempre foi profundamente ambíguo no que se refere ao problema da escravidão. Desde Montesquieu, na primeira metade do século XVIII, até as Reflexões sobre a escravidão dos negros, de Condorcert, de 1781, entrando pelo século XIX afora, o pensamento ilustrado sempre oscilou entre as proposições de emancipação gradual dos cativos, de mitigação do cativeiro(Rocha 2000), ou, como no caso de Azeredo Coutinho(Neves 2000), de sua justificação.Desse modo, sugere-se que, em Portugal, a elaboração dos textos legais de 1761 e 1773 guardava estreita relação com o movimento atlântico que, em conjunto, impunha condutas civilizadas, alargava o status de insider e espalhava os benefícios do pacto social. Mas não havia absolutamente nada de revolucionário ou progressista aí.…”