A atual pandemia pelo COVID-19 nos faz viver tempos difíceis e inéditos. Os esforços de todos os profissionais de saúde, cada um com suas competências, são essenciais. Enquanto pesquisadores e cientistas se debatem procurando recursos terapêuticos eficazes, aqueles que estão na linha de frente devotam seus melhores esforços no cuidado clínico dos pacientes afetados. Cabe perguntar qual seria neste momento o papel da educação médica para colaborar na crise global. Evidentemente o modo de ajudar é diferente em cada circunstância. No caso dos médicos veteranos e professores, por questão de idade, o lugar deles não é na linha de frente, na trincheira. Mas é preciso servir-se de sua experiência para ajudar de um modo diferente. A omissão não se justifica. Deste modo, saber proporcionar uma visão realista dos fatos, apoiar a equipe a todo momento, assim como os pacientes e as famílias na medida do possível, pode ser uma excelente ajuda desde os bastidores. A cada dia que passa mostra-se imprescindível o cuidado da própria equipe de saúde. Não apenas o cuidado físico (para o qual se tomam todas as providências possíveis em cada caso) mas também da saúde mental. Ou, dito de modo mais simples, é fundamental levantar o moral dos que lidam diariamente com esta ameaça de proporções antes nunca vistas. Um médico desanimado, pessimista e sem perspectiva é também um elemento de crise, fazendo com que a insegurança comumente transmitida pela mídia cresça ainda mais nos pacientes, o que em nada ajuda na equipe de saúde. Objetividade e realismo: facilitar as perspectivas do cenário real "Para poder entender as coisas o mais urgente é restabelecer as proporções reais"-diz o filósofo 1 discípulo de Ortega y Gasset. Procurando colaborar neste sentido, a SOBRAMFA-Educação Médica e Humanismo tem