Práticas pedagógicas e inclusão: a sobrevivência da integração nos processos inclusivos

Abstract

RESUMO:O trabalho apresenta uma análise do processo inclusivo, retomando os conceitos de prática pedagógica e inclusão. Com instrumentais da análise de discurso e da análise de conteúdo, analisa entrevistas com professores de atendimento especializado, professores de sala comum e gestores. Descreve inclusão como um conceito cuja rede de sentidos oscila conforme os interesses em jogo, sendo tanto processo que envolve vários agentes e instâncias e exige participação, quanto idealização, defi nida a priori e devendo ser incorporada de forma acrítica. Aponta o desconhecimento das especifi cidades de aprendizagem e dos potenciais dos sujeitos e grupos; a sobrevivência do modelo clínico; os estudos da inclusão como apêndice do processo formativo; certas iniciativas com caráter mais integrativo do que inclusivo. Propõe investir na escola concreta, através de modelos de pesquisa interventivo-participativo, e refazer de outro ângulo as questões já formatadas sobre prática pedagógica inclusiva. Palavras

O trabalho do professor de educação fisica com o aluno com deficiência no ensino regular

“…Com isto, percebe-se que o trabalho do professor está atrelado a visão da escola para com o aluno com deficiência, no qual segundo Rodrigues (2006) é papel da escola como um todo, diferenciar e ajustar o currículo escolar sempre que se fizer necessário, podendo dizer que a escola que não diferencia seu currículo, não está promovendo as mesmas oportunidades para todos. Por conseguinte, dentro dessa interpretação se faz necessário conhecer a legislação, compreender as faces da educação, descobrir maneiras de superar os medos e as inseguranças frente a realidade em questão, a fim de oferecer ações libertadoras para estes alunos (CONCEIÇÃO; SANCHEZ, 2014), bem como preparar o ambiente de uma maneira geral, seja na estrutura física ou profissional (ANJOS et al, 2013;CRUZ, LEMISHKA, 2010).…”

“…Esse quesito evidenciado, remete-se diretamente a segunda percepção dos professores: as dificuldades evidenciadas por meio de temores. A partir de alguns estudos, tais como Anjos et al (2013) e Falkenbach et al (2007), notou-se que o sentimento gerado quando se tem alunos com deficiência e a relação com a ausência de espaços e recursos adequados influenciam na prática pedagógica do professor e acabam por se constituir como elementos que geram insegurança e medo, a ponto de haver vários resultados, como no estudo de Gorgatti e Rose Junior ( 2009), dos professores relatarem que não gostam de ter alunos com deficiência em suas aulas, pelas dificuldades encontradas.…”

“…A exemplo disso está o estudo de Anjos et al (2013) que apresenta o reconhecimento da deficiência e das especificidades da turma como ponto de partida para que então se consiga pensar em sistematizações de aprendizagem. Capellini e Rodrigues (2009) acrescentam que o fato do professor saber sobre as deficiências e ter claro que tipo de aprendizagem pretende organizar, apresenta como papel decisivo na organização da aula.…”