“…Na docência, há uma série de evidências relatadas que alimentam o desgaste, como: baixo salário, que promove o aumento da carga horária dentro da rede de ensino, dispersando as atividades em turnos, turmas, escolas ou em outras redes de ensino (ALVES, 2010;MARIANI;ALENCAR, 2005) ou a complementação de renda, dentro do próprio ambiente de trabalho com venda direta de produtos e serviços a colegas ou exercício de outras profissões (PINTO, 2000); longas jornadas de trabalho, com poucos intervalos para descanso, caracterizando a ausência do tempo do e para o professor (TEIXEIRA, 1999); falta ou insuficiência de espaços e equipamentos que promovam descanso e valorização profissional (BATISTA;ODELIUS, 2006); condições materiais precárias para desenvolvimento da docência (CARLOTTO, 2002), realizada em ambiente agitado, com elevado nível de ruído, sujo e inseguro, salas de aula depredadas, com iluminação, ventilação e temperatura inadequadas; atividades de planejamento e avaliação que invadem o convívio familiar MEDEIROS, 2006, p. 255-260), ameaçando o mundo privado (CARVALHO, 1999), e dificultam o descanso; gestão educacional que ignora ou não reconhece as adversidades da docência (MASCARENHAS, 2006), promove uma organização laboral rígida, com falta de autonomia para o planejamento das ações (PAPARELLI et al, 2007), interfere nos processos avaliativos, para melhorar os índices do sistema de ensino e responsabiliza os professores e sua formação pela má qualidade da educação exposta a anos de sucateamento e precariedade; sociedade que prioriza a educação no discurso, mas desvaloriza a docência (CODO; VASQUES-MENEZES; VERDAN, 2006, p. 294); pais omissos no acompanhamento das atividades escolares ou resistentes aos novos modelos de ensino; individualização e descontinuidade de estratégias no enfrentamento dos problemas; naturalização do sofrimento como ônus da docência ou das características pessoais (BARROS;LOUZADA, 2007;AUGUSTO, 2007;MASCARENHAS, 2006).…”