2005
DOI: 10.1590/s0101-73302005000200013
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Abstract: RESUMO:As expressões cultura e identidade surdas têm se legitimado, principalmente, pela defesa da língua de sinais como sendo a língua natural dos surdos. Essa defesa se faz por meio de uma inversão teórica que toma a língua, num primeiro momento, como determinada pelas práti-cas e interações sociais e, num segundo, faz dela a definidora dessas mesmas práticas. Este artigo discute os mecanismos de legitimação dessa inversão e suas implicações sociais e teóricas.Palavras-chave: Cultura surda. Identidade surda.… Show more

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“…A utilização dessa expressão acaba remetendo a uma visão reducionista, que relaciona a construção da identidade com a língua utilizada pelo sujeito. Em direção contrária a este pensamento, Santana e Bergamo (2005) consideram que a construção da identidade não está relacionada apenas com a língua utilizada pelo sujeito, mas com suas experiências interativas e sociais, e, por isso, não pode ser nunca cristalizada ou considerada única (SANTANA;BERGAMO, 2005. p. 568). Bauman (2005) explica ainda que, no polo oposto, entretanto, encontram-se os que estão impedidos de escolher suas identidades, aqueles que não podem manifestar suas preferências e acabam aceitando identidades a eles designadas pelos que detêm o poder.…”
Section: Resultsunclassified
“…A utilização dessa expressão acaba remetendo a uma visão reducionista, que relaciona a construção da identidade com a língua utilizada pelo sujeito. Em direção contrária a este pensamento, Santana e Bergamo (2005) consideram que a construção da identidade não está relacionada apenas com a língua utilizada pelo sujeito, mas com suas experiências interativas e sociais, e, por isso, não pode ser nunca cristalizada ou considerada única (SANTANA;BERGAMO, 2005. p. 568). Bauman (2005) explica ainda que, no polo oposto, entretanto, encontram-se os que estão impedidos de escolher suas identidades, aqueles que não podem manifestar suas preferências e acabam aceitando identidades a eles designadas pelos que detêm o poder.…”
Section: Resultsunclassified
“…Espero ter deixado claro nessa discussão que minha posição é aquela que pretende desnaturalizar a forma dicotômica e reducionista pela qual tais conceitos são tratados por leigos e mesmo por profissionais da área, afinal entendo língua não como um atributo natural, mas como algo que é socialmente constituído (cf. Santana & Bergamo, 2005;Makoni & Meinhoh, 2006). A língua de sinais é representada por ouvintes e por surdos responsáveis pela multiplicação dessa língua na comunidade majoritária como algo fora dos indivíduos, por essa razão, em consonância com Cesar & Cavalcanti (2007), preocupo-me que esse conceito de língua, "impreciso, objeto de controvérsia entre os próprios lingüistas [...]" ganhe contornos fixos dentro da área da surdez e não dê espaço para sobreviverem outras formas de língua(gens) ou ainda, as reduza a algo inferior.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Cumpre salientar que a partir do reconhecimento da Libras como sistema linguístico e do surdo como sujeito bilíngue, inaugura-se na área uma visão socioantropológica do surdo e da surdez, distanciando o olhar do deficiente e da deficiência para em seu lugar propor, respectivamente, uma análise sob o viés do diferente e da diferença linguística (SKLIAR, 1998;SANTANA;BERGAMO, 2005;LOPES, 2011). Isso posto, entendidos como minorias linguísticas, as pessoas surdas defendem o reconhecimento de sua língua, cultura e identidade.…”
unclassified