“…Na contramão dessa ideia sustentada numa perspectiva da negatividade da infância, resumida na terminologia, na linguística e na jurisprudência sobre a criança e a infância a partir dos fatores de exclusão e não, prioritariamente, pelas características que as distinguem ou por efetivos direitos de participação (SARMENTO, 2005), a criança foi excluída do espaço-tempo da vida em sociedade, sobretudo quando nos referirmos à criança em questão, a qual "[...] é dominada pela representação da deficiência mais do que pela representação da criança, com suas particularidades eventuais" (PLAISANCE, 2005, p. 405). Por isso, ainda conhecemos pouco das particularidades eventuais dessa criança, porque, historicamente, os estudiosos desse campo se detiveram em teorizar sobre a sua representação, construída a partir de estereótipos e estigmas, e não de sua potência ou de sua tríplice potência, fazendo surgir seres de palavra (MASSCHELEIN; SIMONS, 2014).…”