2003
DOI: 10.1590/s0101-73302003000300008
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A emergência de um mercado educativo no planejamento da rede escolar: de uma regulação pela oferta a uma regulação pela procura

Abstract: O presente artigo visa a reflectir sobre a emergência de lógicas de mercado na regulação da oferta educativa, nomeadamente a partir de processos formais e informais de "escolha da escola" pelos alunos e suas famílias. Com base numa investigação em curso no Centro de Estudos da Escola da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, da Universidade de Lisboa, foi possível identificar "desvios" às normas da "carta escolar" (que estabelece, em Portugal, a obrigatoriedade da frequência de uma determinada esco… Show more

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“…Em França e em Portugal ainda subsiste a "carta escolar" (com obrigação de frequência da escola em função do local de residência), mas ela é atenuada na prática, devido à pressão de pais oriundos da classe média, que aproveitam a baixa demográfica e a maior disponibilidade da oferta para desenvolverem estratégias de individualização dos percursos escolares dos seus filhos (ver, a este propósito, Barroso & Viseu, 2003). De registar, contudo, que nestes dois países o abrandamento dos critérios de "sectorização" escolar parece não pôr em causa uma vontade política de preservar a natureza igualitária da oferta educativa.…”
Section: Figuraunclassified
“…Em França e em Portugal ainda subsiste a "carta escolar" (com obrigação de frequência da escola em função do local de residência), mas ela é atenuada na prática, devido à pressão de pais oriundos da classe média, que aproveitam a baixa demográfica e a maior disponibilidade da oferta para desenvolverem estratégias de individualização dos percursos escolares dos seus filhos (ver, a este propósito, Barroso & Viseu, 2003). De registar, contudo, que nestes dois países o abrandamento dos critérios de "sectorização" escolar parece não pôr em causa uma vontade política de preservar a natureza igualitária da oferta educativa.…”
Section: Figuraunclassified
“…na elaboração das políticas internas dos "países de periferia". Lideradas pelos "países centrais", por meio de programas de cooperação, essas agências prescrevem o modo como os países devem operar as reformas 11 (BARROSO 2003, BARROSO e VISEU, 2003, desempenhando, assim, um papel decisivo na normatização e padronização das estruturas organizacionais e das políticas educativas.…”
Section: A Importância Do Estudo Comparativo Para O Estabelecimento Dunclassified
“…Na interpretação de Canário (2006), as reformas educativas decorrem do acelerado processo de integração econômica supranacional, fenômeno de âmbito mundial ligado à construção da União Europeia. Esse processo de "regulação transnacional" (BARROSO, 2005), "retirou dos Estados nacionais a capacidade de controlar os fluxos no interior e exterior das suas fronteiras reduzindo sua ação a um estatuto marginal" (CANÁRIO, 2006, p. 29).…”
Section: A Importância Do Estudo Comparativo Para O Estabelecimento Dunclassified
“…Os seus efeitos assinalam-se agora naquilo que nos parece corresponder à 'abertura' de um novo ciclo, donde começa a avultar mais a lógica gestionária do que uma lógica política de (re)destribuição de poderes (Lima, 1995, p. 65). É aqui que se começa a assistir à emergência dos discursos que apelam aos modelos de inspiração e de gestão privadas, particularmente, de cariz empresarial ("importação de lógicas de mercado para os sistemas escolares", segundo Barroso & Viseu, 2003) em detrimento do político. O seu leitmotiv é a luta contra a burocracia, a ineficácia e a ineficiência 11 .…”
Section: Horizontes Futuros Para a Governação Educativa Na Madeiraunclassified
“…É que, conjuntamente, a reestruturação global, nacional e regional modificam a natureza e o âmbito da legitimação e o modo como este se constitui como um problema para o Estado (Robertson & Dale, 2001). De resto, esta 'evolução' surge também associada à tendência para uma mudança de um Estado-educador para um Estado-regulador (Barroso & Viseu, 2003) e tem por pressuposto o discurso neoliberal de que com 'menos' Estado mas maior regulação se obtém melhores resultados ('melhor' Estado). Ora, este processo origina uma redefinição no papel e funções do Estado no plano social e económico, provocando constrangimentos e conflitos de poder no que respeita ao seu controlo político, com a redistribuição de poder entre o Estado e as periferias, pelo que, e como decorrência, se assiste, portanto, ao nível das administrações e também das escolas, à necessidade crescente de estas realidades aderirem à ideia de uma abertura social, que apela para relações com outras instâncias e para uma nova etapa que passa pelo (re)investimento educativo ou pedagogismo social (Charlot, 1997).…”
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