“…O perigo está na repressão e desqualificação das aptidões; caso a relação laboral favoreça um livre funcionamento, ela será fator de equilíbrio, caso contrário, funcionará como uma situação de adoecimento e sofrimento(DEJOURS, 2004;ROBAZZI et al, 2010).Além disso, deve-se considerar a divisão e o conteúdo das tarefas, a repartição das responsabilidades, o sistema hierárquico, as relações de poder e as modalidades de comando e controle. Este panorama, dependendo de como se apresente, constituirá diferentes modelos de organizações do trabalho e impactos distintos na saúde do trabalhador(DEJOURS, 2004;WÜNSCH, 2011).Por outro lado, em se tratando das políticas públicas direcionadas à saúde do trabalhador, verifica-se que elas tendem a ter como foco principal os trabalhadores vinculados às organizações privadas, deixando uma importante lacuna na atenção à saúde para os servidores públicos. Essa constatação não deve ser confundida com a defesa da criação de centros de atenção à saúde do trabalhador para o servidor público, pois não seria adequado criar serviços especializados, um para o público, outro para o privado (RAMMINGER; NARDI, 2007).Analisando o tema da saúde do servidor público, verifica-se que a ênfase das reivindicações desta categoria sempre estiveram na sua formação e na sua justa remuneração, sem priorizar a relação entre saúde e trabalho (RAMMINGER;NARDI, 2007).…”