O acidente vascular encefálico está entre as principais causas de mortalidade e incapacidades, gerando mudanças no padrão de vida. Assim, a análise auto-perceptiva sobre a saúde é importante para aprimorar ações e cuidados dos profissionais. O objetivo foi conhecer o significado das sequelas do acidente vascular encefálico para pessoas acometidas. Por metodologia quali-quantitativa, foi avaliada a representatividade social em 27 pessoas acompanhadas pela Saúde da Família de uma cidade do interior paulista, Brasil, que tiveram a doença. A organização e análise dos dados dos discursos foram de acordo com o recurso metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo, a partir das expressões-chave, ideias centrais e ancoragens com o software QualiQuantiSoft. As ideias mais prevalentes foram: dificuldades com as sequelas físicas, emocionais e sociais além da dependência de cuidados para as tarefas diárias. Para os homens houve transformação de vida por não poderem mais trabalhar, fazendo-os “o novo dono de casa”; para elas, por não serem mais capazes de cuidar dos serviços domésticos. Entretanto, as pessoas avaliadas são otimistas com o futuro. Desta forma, cabe aos profissionais de saúde, especialmente o fisioterapeuta, que considerem os significados além da clínica para as pessoas que tiveram o acidente vascular encefálico no seu trabalho de cuidado.