ResumoContexto: As condições de saúde e trabalho de músicos profissionais têm sido pouco investigadas. Objetivos: Identificar a frequência de baixa qualidade de sono em um grupo de músicos de orquestra, bem como analisar possíveis associações com as variáveis de percepção da qualidade de vida geral. Método: A qualidade do sono, o cronotipo e a qualidade de vida geral foram avaliados por meio dos questionários de Pittsburgh, Horne-Ostberg e WHOQOL-bref, respectivamente, em 22 músicos (17 homens e cinco mulheres) de uma orquestra. Resultados: A baixa qualidade do sono foi identificada em 71%. As dimensões mais associadas à qualidade de sono foram a capacidade para desempenhar as atividades do dia a dia (p = 0,003) e do trabalho (p = 0,004), dor e desconforto (p = 0,006), satisfação com as relações pessoais (p = 0,007) e capacidade de aproveitar a vida (p = 0,008). O domínio físico na análise da qualidade de vida foi o que apresentou maior poder explicativo para a qualidade do sono (34%). O cronotipo e as horas de sono não apresentam associação com a qualidade do sono. Conclusões: Identificou-se uma alta frequência de baixa qualidade de sono. Medidas para a promoção da qualidade do sono nesta população devem priorizar as variáveis relacionadas à qualidade de vida em seu aspecto físico.Pereira EF, et al. / Rev Psiq Clín. 2010;37(2):48-51 Palavras-chave: Ergonomia, músicos, qualidade de vida, qualidade do sono, sono, trabalho.
AbstractBackground: The health and work conditions of professional musicians have been little investigated. Objectives: Identify the frequency of poor sleep quality in a group of orchestra musicians and examine possible associations with the variables of perception of overall quality of life. Method: The sleep quality, the chronotype and overall quality of life were evaluated by mean questionnaire of Pittsburgh, Horne-Ostberg e WHOQOL-bref, respectively, at 22 musicians (17 men and five women) in an orchestra. Results: The prevalence of poor sleep quality was 71%. The dimensions most associated with quality of sleep were the ability to perform activities of day-to-day (p = 0.003) and labor (p = 0.004), pain and discomfort (p = 0.006), satisfaction with personal relationships (p = 0.007) and the ability to enjoy life (p = 0.008). The physical analysis of quality of life was the greatest explanatory power for the sleep quality (34%). The chronotype and hours of sleep do not show association with the quality of sleep. Discussion: We found a high frequency of poor sleep quality among orchestra musicians. Measures to promote sleep quality in this population should prioritize the variables related to quality of life in its physical aspect.