2003
DOI: 10.1590/s0101-546x2003000300003
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Abstract: A aprovação da lei 10639/03, que tornou obrigatório o ensino da História da África e dos afrodescendentes, gerou nos meios escolares e acadêmicos algumas inquietações e muitas dúvidas. Como ensinar o que não se conhece? Para além das interrogações, a lei revela algo que os especialistas em História da África vêm alertando há certo tempo: "esquecemos" de estudar o Continente africano. A partir dessas constatações, o presente artigo tem como objetivo maior analisar a forma como a Histó-ria da África e os african… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1
1

Citation Types

0
3
0
21

Year Published

2010
2010
2018
2018

Publication Types

Select...
8
1

Relationship

0
9

Authors

Journals

citations
Cited by 26 publications
(24 citation statements)
references
References 3 publications
0
3
0
21
Order By: Relevance
“…Não numa África mítica, mas em cada uma das nações que tão diversamente nela vivem e possuem passado. Só conhecendo como foram.ao longo dos séculos em que tiveram parte de sua gente transplantada para as Américas, é que poderemos contar coerentemente por que e como no Brasil assumiram novas identidades e acabaram por se misturar entre si, de maneira quase impossível de desenredar (COSTA & SILVA, 2003, p. 80) Cabe ressaltar, porém, que realmente pode soar estranho a ênfase dada à conexão Brasil x África diante do distanciamento e quase total desconhecimento que reproduz atualmente uma imensidão de preconceitos e mal-entendidos quando se fala do continente africano (OLIVA, 2003 Porém, reconhecer o da extirpação da conexão África x América, não equivale aceitar como natural a ausência de referências a história de mais de quatrocentos anos de "fluxos e refluxos" entre os dois continentes. O esforço de apagar a memória da África remete a um projeto de memória que acompanhou o processo de construção da identidade nacional como já apontamos anteriormente.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Não numa África mítica, mas em cada uma das nações que tão diversamente nela vivem e possuem passado. Só conhecendo como foram.ao longo dos séculos em que tiveram parte de sua gente transplantada para as Américas, é que poderemos contar coerentemente por que e como no Brasil assumiram novas identidades e acabaram por se misturar entre si, de maneira quase impossível de desenredar (COSTA & SILVA, 2003, p. 80) Cabe ressaltar, porém, que realmente pode soar estranho a ênfase dada à conexão Brasil x África diante do distanciamento e quase total desconhecimento que reproduz atualmente uma imensidão de preconceitos e mal-entendidos quando se fala do continente africano (OLIVA, 2003 Porém, reconhecer o da extirpação da conexão África x América, não equivale aceitar como natural a ausência de referências a história de mais de quatrocentos anos de "fluxos e refluxos" entre os dois continentes. O esforço de apagar a memória da África remete a um projeto de memória que acompanhou o processo de construção da identidade nacional como já apontamos anteriormente.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Aqui se encontram desde trabalhos sobre as representações formuladas pelas crianças (menos afeitas a dissimularem o padrão de exclusão de que são objeto), até mesmo aquelas sobre o currículo (MOREIRA; SILVA, 2002) e os materiais didáticos (OLIVA, 2003).…”
Section: Considerações Sobre a Questão Racial No Contexto Escolarunclassified
“…a culTuRa PoPulaR | Heridan de Jesus G. P. Ferreira, Rayron Lennon C. Sousa e Wheriston S. Neris Ainda que se possa observar que muitos professores já estejam trabalhando nas salas de aula conteúdos relacionados à inserção da história e cultura afro-brasileira e indígena, nas diferentes áreas do conhecimento, tais como: Ensino Religioso, História, Geografia, Literatura entre outras, verifica-se que ainda não ocorreu uma mudança positiva e substancial. Muitos educadores atribuem à falta de uma política de formação de professores que propicie, não apenas os subsídios relacionados aos conteúdos propriamente ditos, mas também e, principalmente, o ponto de vista metodológico, esbarrando ainda na ausência de material didático adequado para tratamento do tema (OLIVA, 2003), a qual vem sendo uma das principais justificativas para trabalhar o tema.…”
Section: Do Desenvolvimento Do Projetounclassified
“…Esse modo de escrever a história da humanidade centra-se na expansão dos europeus sobre o mundo, em boa parte dos livros didáticos a África só aparece como fornecedora de escravos e o africano como um "objeto" ausente de humanidade e desejos, quase sempre a África passa despercebida ou é menciona como uma terra distante e misteriosa povoada por feras e tribos selvagens. A visão eurocêntrica da história nos leva a tratar a África e os africanos de modo preconceituoso, o discurso midiático diariamente reproduz esses preconceitos ao transmitir somente o lado negativo do continente, a fome, a AIDS e a guerra (OLIVA, 2003).…”
Section: Introductionunclassified