A Teoria da Escolha Racional (TER), na primeira metade do século XX, mediante arcabouço técnico-científico muito bem elaborado, sistematizou a hipótese da racionalidade econômica (HRE) e a existência do homo economicus (HE), com a finalidade de normatizar e descrever o comportamento do homem no processo econômico decisório. Essa teoria considera que o HE realiza uma escolha ótima, nesse processo econômico decisório, por intermédio de cálculo matemático de otimização de função. Tal teoria estabelece, que a HRE atenda tanto os aspetos normativos quanto os aspectos descritivos no âmbito científico. Com base na TER, os economistas passam a adotar, nos seus modelos e experiências científicas, a HRE como variável descritiva do comportamento dos agentes econômicos. Esta pesquisa, então pretendeu contribuir para o debate teórico da ciência econômica, a partir de um problema epistemológico identificado, na produção científica do economista do século XXI. Com a informação de que não se obtém bons resultados nas referidas experiências, e que, ainda assim, o economista, do século XXI, continua adotando a referida hipótese na parte descritiva da produção científica. Corrobora-se, portanto, o problema epistemológico da utilização de uma hipótese refutada, não válida, para a produção científica subsequente. Com isso, para avaliar a conduta desse cientista, com relação ao problema epistemológico identificado, o artigo foi estruturado da seguinte forma: (I) Breve contextualização do problema, na introdução; (II) Discussão teórica, evidenciando a refutação da hipótese e estabelecendo algumas premissas para a conduta dos economistas do século XXI, no marco teórico; (III) Análise do ponto de vista da ética, se esse é um comportamento esperado ou desviado, utilizando para isso a corrente utilitarista; (IV) Seção específica para tratar da epistemologia desenvolvida pelos cientistas da TER, que pode ter contribuído para que as refutações empíricas não consigam atingir a HRE dessa teoria, influenciando sobremaneira para a conduta desviada desses economistas e por fim (VI) a conclusão.