2007
DOI: 10.1590/s0101-33002007000300009
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Plástica e anonimato: modernidade e tradição em Lucio Costa e Mário de Andrade

Abstract: RESUMOHá uma analogia entre o antiindividualismo uniforme e estandartizado da arquitetura moderna e o caráter anônimo e coletivo da arte popular. Tal percepção, formulada por Mário de Andrade em 1928, serve de base para a equação "modernidade-patrimônio" montada por Lucio Costa a partir do final dos anos 1930. Porém, o reconhecimento posterior da "legitimidade da intenção plástica", por parte de Lucio Costa, afastará progressivamente as leituras de ambos acerca do papel da arte na sociedade, e, a reboque, o se… Show more

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“…Dito isso, a atuação de Ao confrontar a "beleza sem esforço" do que chamou de "arquitetura colonial pura" (COSTA, 1924a) com a colagem estilística praticada no meio acadêmico, Costa viveria uma espécie de choque de realidade que legaria marcas profundas ao seu pensamento (MARTINS, 1987, p.139;WISNIK, 2007;TRAJANO, 2010, p.158) Builds, incorporando a ele outras condições próprias do que se entendia como a especificidade da "maneira latino-americana", de certa forma já introduzidas pelo trabalho de Goodwin: o uso generalizado do concreto armado, "principalmente na construção de gaiolas convencionais, mas às vezes em finas formas de conchas"; o uso da cor, "geralmente pintada sobre estuque" mas também frequente nos mosaicos de vidro ou azulejos, "mais amplamente usados do que em qualquer outro lugar do mundo, e em geral, talvez com mais sucesso"; e o uso recorrente de muitos dispositivos diferentes de controle solar "que proporcionam efeitos plásticos e fachadas muito característicos" (HITCHCOCK, 1955a, p.60).…”
Section: Tradição E Modernidade Como Projeto De Naçãounclassified
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“…Dito isso, a atuação de Ao confrontar a "beleza sem esforço" do que chamou de "arquitetura colonial pura" (COSTA, 1924a) com a colagem estilística praticada no meio acadêmico, Costa viveria uma espécie de choque de realidade que legaria marcas profundas ao seu pensamento (MARTINS, 1987, p.139;WISNIK, 2007;TRAJANO, 2010, p.158) Builds, incorporando a ele outras condições próprias do que se entendia como a especificidade da "maneira latino-americana", de certa forma já introduzidas pelo trabalho de Goodwin: o uso generalizado do concreto armado, "principalmente na construção de gaiolas convencionais, mas às vezes em finas formas de conchas"; o uso da cor, "geralmente pintada sobre estuque" mas também frequente nos mosaicos de vidro ou azulejos, "mais amplamente usados do que em qualquer outro lugar do mundo, e em geral, talvez com mais sucesso"; e o uso recorrente de muitos dispositivos diferentes de controle solar "que proporcionam efeitos plásticos e fachadas muito característicos" (HITCHCOCK, 1955a, p.60).…”
Section: Tradição E Modernidade Como Projeto De Naçãounclassified
“…Dessa maneira, Costa passa a reiterar a arquitetura colonial "não com o intuito da transposição ridícula de seus motivos [...] mas de aprender boas lições que ela nos dá de simplicidade, perfeita adaptação ao meio e à função, e consequente beleza"(COSTA, 2003(COSTA, [1930, p.58). Em linhas gerais, a síntese produzida por Costa dilataria valores específicos da domesticidade colonial (a sobriedade dos volumes, a racionalidade construtiva e a adequação da arquitetura às condições locais) para o presente, elencando seus valores essenciais mais intrínsecos como elementos fundamentais para a produção de uma nova arquitetura.Todavia, o programa conceitual que Costa havia começado a burilar em meados dos anos 1920 seria efetivado apenas na década seguinte, entre 1936 e 1938, com as publicações de Documentação necessária e Razões para a nova arquitetura, documentos que juntos articulam finalmente sua equação "tradição-modernidade"(WISNIK, 2007). A publicação do manifesto de Warchavchik no Correio da herdeira da "boa tradição", "qualificavam tanto a arquitetura tradicional brasileira, quanto a arquitetura moderna", ambas constituindo, para ele, o patrimônio histórico e artístico nacional(CHUVA, 2003, p.329).A passagem de Lúcio Costa pela diretoria da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), embora muito breve,foi absolutamente determinante para a difusão de suas proposições.…”
unclassified
“…Em um momento em que a identidade nacional ainda não era consolidada, o neocolonial se insere em um verdadeiro embate ideológico, cuja principal questão se centrava em qual seria a arquitetura representativa da nação (MASCARO, 2008:41;PINHEIRO, 2011:287). Arquitetos e nomes importantes vinculados à defesa do modernismo no Brasil, como Lúcio Costa e Mário de Andrade, teriam se envolvido com o neocolonial em princípio -o que reitera o complexo caráter transicional do período (WISNIK, 2007;SANT'ANA, 2008;MASCARO, 2008;PINHEIRO, 2011). Entendese, portanto que:…”
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“…São questões colocadas à reflexão. Pensando em específico no caso de Costa, ao envolver-se com o neocolonial, esboçaria em escritos como "A alma de nossos lares" (A Noite, 19 de março de 1924) um referencial que envolvia uma reflexão teórica sobre a arquiteturaque, aliás, remete, segundo a própria autora, diretamente ao discurso de José Marianno Filho -; além de carregar à Arquitetura Moderna reflexões que foram suscitadas pelo ideário neocolonial, sobretudo aquelas envolvidas com a valorização do passado colonial.Sobre a ruptura de Lucio Costa com o neocolonial, tantoWisnik (2007) como Oliveira(2013) apontam que a viagem de Costa a Diamantina em 1924 teria sido um primeiro motor dessa separação. Nesse mesmo ano, posterior à viagem, Costa publicaria ruptura oficial de Costa com o movimento neocolonial seria posterior.Wisnik (2007:175) pontua um flagrante afastamento teórico já em 1929, ao contexto da publicação do texto "O Aleijadinho e a cultura nacional"(1929).…”
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