Resumo Ao final de 1928, a economia brasileira começou a experimentar desaceleração econômica, puxada pela retração do crédito doméstico, devido ao aumento do entesouramento dos bancos aliado a uma já fraca entrada de capitais externos. Com a crise de 1929 a situação do crédito doméstico piorou substantivamente, em razão da piora dos termos de troca e da célere fuga de capitais. Dada a operacionalidade do padrão ouro-libra, a perda de reservas à qual foi submetida a economia brasileira resultou em retração da base monetária, com efeitos associados sobre os meios de pagamento e os empréstimos bancários. O presente artigo analisa a importância da restruturação do sistema financeiro à época, tendo em vista seus efeitos sobre a recuperação do crédito doméstico e da atividade econômica. A hipótese é de que essa restruturação é uma face fundamental do processo de recuperação precoce da economia brasileira, ao permitir a adoção de uma política monetária anticíclica e a expansão do crédito pelas instituições bancárias.