Coléteres foliares e calicinais de Temnadenia violacea (Apocynaceae, Apocynoideae): estrutura e distribuição

Abstract

(Coléteres foliares e calicinais de Temnadenia violacea (Apocynaceae, Apocynoideae): estrutura e distribuição). Este trabalho descreve a origem, estrutura e posição dos coléteres dos ápices vegetativos e florais de Temnadenia violacea (Vell.) Miers e comprova a presença de mucilagem na secreção produzida por estas estruturas. O número de coléteres foliares varia de 9 a 11 por primórdio e de 18 a 22 por nó; apenas um tem origem axilar, sendo os demais de origem marginal. Quanto à posição, cinco coléteres são peciolares e os demais interpeciolares. Os coléteres foliares são dos tipos standard e séssil, sendo constituídos por uma porção alongada, formada por um núcleo central de células parenquimáticas, revestido por epiderme secretora em paliçada uniestratificada e cutícula delgada. Tricomas tectores e tecido vascular ocorrem apenas nos coléteres marginais distais. No ápice floral, os coléteres calicinais têm origem na base do cálice, sendo três coléteres opostos a cada uma das lacínias. Todos os coléteres calicinais possuem um núcleo central de células parenquimáticas, epiderme secretora em paliçada uniestratificada, cutícula delgada e são sésseis; o eixo parenquimático destes coléteres é destituído de vascularização e os laticíferos observados são de pequeno calibre. A mucilagem foi detectada tanto na secreção dos coléteres foliares quanto dos calicinais.<br>(Foliar and calycine colleters of Temnadenia violacea (Apocynaceae, Apocynoideae): structure and distribution). The present work describes the origin, structure and position of the colleters on vegetative and floral apices of Temnadenia violacea (Vell.) Miers and confirms the presence of mucilage in the secretion produced by those structures. The number of foliar colleters ranges from 9 to 11 per primordium and from 18 to 22 per node; only one has an axilar origin, while the others originate along the margins. Concerning position, five of them are petiolar and the others are interpetiolar. There are two types of foliar colleters: standard and sessile, and they consist of a main body composed of a central core of elongated parenchyma cells surrounded by a secretory palisade epidermis and a thin cuticle. Tector trichomes and vascular tissue occur only on the distal marginal colleters. On the floral apices, the calycine colleters are formed at the base of the calyx, three of them opposite the sepals. All of the calycine colleters have a central core of elongated parenchyma cells, a secretory palisade epidermis, a thin cuticle, and are sessile. The calycine colleters are not vascularized and the laticifers are narrow. Mucilage was detected in the secretion of both foliar and calycine colleters

Colleters in Chamaecrista (L.) Moench sect. Chamaecrista and sect. Caliciopsis (Leguminosae-Caesalpinioideae): anatomy and taxonomic implications

“…Within subfamily Caesalpinioideae, the presence of colleters stands out when we take species from subtribe Cassinae (tribe Cassieae) into account, since five species of Senna (Souza 2014) and 55 species of Chamaecrista (De-Paula & Oliveira 2007;Coutinho et al 2015) display these secretory structures. Bifurcated colleters, like those observed in seven of the taxa studied here, were also reported for Temnadenia violacea (Martins et al 2010), Prestonia coalita (Rio 2001), Forsteronia (Rio 2006), Mandevilla pycnantha and M. tenuifolia (Simões et al 2006), all species that belong to Apocynaceae, as well as in Curtia and Hockinia (Dalvi et al 2013), species of Gentianaceae. We suspect that this bifurcation is the result of abnormalities during colleter development, and so do not correspond to a distinct type of colleter.…”

Floral morphology and anatomy of Dalechampia alata Klotzsch ex Baill. (Euphorbiaceae), with emphasis on secretory structures

“…This mechanism of liberation of the secretion without rupturing of the cuticle was also observed in Simira (Klein et al, 2004), Bathysa nicholsonii (Miguel et al, 2006) and Temnadenia violaceae (Martins et al, 2010). In contrast, Fahn (1990) assumed that the rupturing of the cuticle is a common feature in the mechanism of liberating the secretion.…”

“…The structural similarity of colleters with other types of secretory structures led researchers to confuse them with extrafloral nectaries and resin glands (Martins et al, 2010). For this reason, the term 'colleter' should be attributed only through histochemical tests that ensure the presence of mucilage in the secreted product (Martins et al, 2010;Mayer et al, 2011).…”

Estruturas secretoras em órgãos vegetativos e florais de Secondatia densiflora A.DC. (Apocynaceae - Apocynoideae - Odontadenieae)

“…Em S. densiflora, ocorrem de 9 a 10 por primórdio foliar; essa variação é pequena e pode ser observada em outras espécies da família. Segundo Thomas (1991), o número de coléteres de uma mesma espécie pode variar com a distribuição geográfica.O coléter do ápice vegetativo do tipo padrão de S. densiflora está presente também em Odontadenia lutea (Martins, 2012), ambos os gêneros da tribo Odontadenieae.O coléter padrão ocorre amplamente em gêneros de outras tribos, tais como Prestonia (Rio et al, 2002) da tribo Echiteae, Forsteronia (Rio et al, 2005) A avaliação anatômica das estruturas secretoras de S. densiflora foi importante para a caracterização da espécie e revelou que as características observadas estão de acordo com os relatos referidos na literatura para a família Apocynaceae. Os resultados dos testes histoquímicos indicam que as estruturas secretoras estão envolvidas com a produção de compostos fenólicos, látex e polissacarídeos.…”

“…Para as Apocynaceae da flora brasileira, estas estruturas secretoras foram anatomicamente caracterizadas em cerca de 50 espécies (Appezzato-da-Glória & Estelita, 2000;Rio et al, 2002Rio et al, , 2005Simões 2004;Demarco 2005;Demarco et al 2006;Simões et al 2006Simões et al , 2007Gomes et al, 2008;Aguiar et al 2009;Martins et al 2010;Martins 2012).…”