INTRODUÇÃOAo longo da história cirúrgica mundial, a esofagectomia sempre proporcionou grande temor devido ao elevado potencial de complicações e, não raro mortalidade mais elevada, justificando controvérsia até os dias atuais sobre qual é o melhor tipo de ressecção esofágica e de reconstrução.No megaesôfago avançado, este fato torna-se mais evidente por se atuar em pacientes desnutridos, muitas vezes com alterações cardiovasculares, consequentes a potencial acometimento chagásico do miocárdio, o que pode proporcionar maior morbidade no pós-operatório. Apesar disso, a esofagectomia ainda é o procedimento mais utilizado na maioria das séries para o tratamento desta afecção por se atuar diretamente na doença ao remover o órgão como um todo 1,3,4,5,6,7,8,11,12,13,14,15,16,17 . Autores têm enfatizado que o órgão de eleição para reconstrução de trânsito após a ressecção esofágica é o estômago, pelas vantagens que oferece: reconstrução mais fisiológica estabelecendo de maneira contínua e direta o trânsito digestivo; bem vascularizado proporcionando menor índice de complicações diretamente relacionadas à anastomose; realização de uma única anastomose para reconstrução do trânsito digestivo; boa mobilidade sendo transposto com mais facilidade até a região cervical; menor contaminação.A reconstrução com o colo, por outro lado, tem sido cada vez menos utilizada pela maior morbidade, por ser procedimento cirúrgico mais complexo, com realização de várias anastomoses e maior tempo de operação.Os poucos pacientes que ainda têm indicação de realização de esofagocoloplastia após ressecção esofágica para megaesôfago avançado seriam aqueles que já foram submetidos previamente à gastrectomia ou por condições anatômicas desfavoráveis 9,10,14,17 . Nos últimos anos, por não haver na literatura nacional nenhum estudo que demonstrasse os resultados da esofagocoloplastia em pacientes com megaesôfago avançado previamente submetidos à gastrectomia, surgiu a idéia de demonstrar os resultados deste tipo de reconstrução.Assim sendo, o objetivo deste estudo é analisar retrospectivamente, as complicações da utilização do colo transverso para reconstrução do trato digestivo superior