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RESUMOObjetivo: Analisar a percepção da pessoa com câncer, em tratamento, sobre a comunicação em saúde, identificando suas preferências sobre a transmissão de informações relacionadas ao adoecimento e ao tratamento, para o próprio usuário e seus familiares, e as dificuldades relacionadas ao direito à informação e ao exercício da autonomia. Materiais e Métodos: Optou-se pela realização de um estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa. Foi utilizada a técnica da linha do tempo juntamente com um roteiro de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo segundo proposta de Bardin. Resultados: Participaram do estudo dez sujeitos (n=10). A maioria dos participantes (n=8) destacaram querer receber informações sobre a doença. Contudo, não se sentem capazes de participar do processo de tomada de decisão sobre o tratamento (n=9). A análise dos dados revelou ainda seis categorias temáticas: a importância de saber sobre a doença; acesso aos serviços de saúde; interesse em saber sobre a doença e participar do tratamento; participação da família no tratamento; entraves à comunicação e; postura do profissional como facilitador da comunicação em saúde. Conclusão: A inclusão no processo de comunicação é esperada pela maioria dos usuários do presente estudo, o que propicia condições para o exercício da autonomia. Contudo, permanece o desafio de preparar melhor os profissionais de saúde para promover condições para os sujeitos desempenharem sua autonomia. Sugere-se a implantação dos princípios da Política Nacional de Humanização para o enfrentamento de tal obstáculo.