RESUMOO artigo trata de um relato de experiência de ações de educação em saúde desenvolvidas no mês de maio de 2009, com 17 mulheres portadoras de transtorno mental em tratamento em um hospital psiquiátrico do Paraná. Foram promovidos três encontros, nos quais se discutiram os temas alimentação, hábitos de vida saudáveis e exercícios físicos, escolhidos pelas participantes em uma assembleia que ocorre semanalmente na unidade de internação. As participantes mencionaram a importância da ingestão de frutas e verduras, bem como a relação entre a prática de exercícios físicos e o sentir-se bem. Houve participação da maioria delas nas discussões, tendo sido possível esclarecer dúvidas, estimular a prática da alimentação saudável e de exercícios físicos como aspectos positivos na promoção da saúde, prevenção e reabilitação.Palavras-chave: Educação em Saúde. Saúde Mental. Transtornos Mentais. Enfermagem.
INTRODUÇÃOÉ possível que, dentre as variedades de doenças e síndromes, o transtorno mental seja o que mais exige solidariedade humana, desprendimento, capacidade de absorção e de produção de sentimentos de cooperação e de integração social, haja vista que ocorrem alterações e instabilidade no estado de ânimo, na autoestima, no autocuidado e na vida das pessoas (1) .Compreender o transtorno mental como fenômeno complexo requer do enfermeiro capacidade de apreender as necessidades do outro, compartilhar saberes e realizar práticas de saúde que incluam o portador de transtorno mental como ator social. Neste sentido, o cuidado em saúde mental deve proporcionar autonomia e independência ao sujeito, com o intuito de minimizar incapacidades, promover o autocuidado, reduzir sofrimento e potencializar habilidades. Isso possibilita às pessoas com transtorno mental viver com a melhor qualidade de vida possível (2,3) . As pessoas com transtorno mental devem ser orientadas e estimuladas a desenvolver o autocuidado, visto que nos momentos de crise ou de vivência do curso crônico da doença podem não conseguir voltar a atenção para o seu cuidado, tornando-se dependentes dos cuidados da equipe multiprofissional ou dos familiares.Uma estratégia que busca o desenvolvimento de condições para o autocuidado é a educação em saúde que pode ocorrer mediante discussão e fornecimento de informações pertinentes ao transtorno, tratamento e cuidados pessoais. Ela permite a expressão de sentimentos e de respeito à subjetividade de cada um (4)(5)(6) . Também possibilita o aprofundamento das discussões referentes à saúde e proporciona aos participantes a descoberta de estratégias para o enfrentamento de dificuldades e a convivência mais harmônica com sua condição de saúde (7) . A educação em saúde consiste em realizar um trabalho que atue "sobre o conhecimento das pessoas, para que elas desenvolvam juízo crítico e capacidade de intervenção sobre suas