resumoO presente trabalho examina os aspectos históricos da extração do óleo de canela-sassafrás (Ocotea pretiosa Mez), rico em safrol, no Alto e Médio Vale do Itajaí, a partir de 1940, por iniciativa de Otto Grimm, no município de Rio do Sul. Apresenta-se o tema no contexto da memória química em Santa Catarina, e discutem-se os procedimentos utilizados, e principalmente os motivos que levaram tal indústria incipiente a não se converter em uma indústria de química fina. Para tanto, são apresentados alguns dados pertinentes à química do safrol, indicando que tal indústria poderia ter evoluído, bem como os aspectos econômicos e sociais que, ao lado da proibição do corte da canela-sassafrás, levaram em 1990 à extinção definitiva dessa "química fina que poderia ter sido". Tonho insistia. -Onde a gente estava, disse o outro irmão, acabou. Nada mais.Tudo virou óleo. -Os donos do óleo ganham um dinheirão.(Ataíde, 1997, p. 45).
IntroduçãoAs potencialidades de produtos de origem vegetal ou mineral como suporte ou maté-ria-prima para uma indústria química (química fina) nem sempre foram ou são devidamente aproveitadas, preferindo-se muitas vezes a exportação de uma matéria-priscientiae zudia, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 799-820, 2012 799