A febre amarela (FA) é um dos maiores desafios para as autoridades de saúde pública por se tratar de uma zoonose e, portanto, de difícil erradicação. Trata-se de uma doença infecciosa não contagiosa de curta duração causada por um vírus. Existem duas formas da doença: a febre amarela urbana (FAU) e a febre amarela silvestre (FAS), tendo como vetores os gêneros Aedes e Haemagogus, respectivamente. Tanto a FAU como a FAS podem variar de assintomática a grave. A principal medida de controle da infecção, após o controle dos vetores, foi realizada através da vacinação com a cepa 17D. A vacina é constituída por vírus atenuado e é efetiva contra a reinfecção pelos vírus selvagens, confere imunidade por, pelo menos, dez anos, e não é recomendada a imunossuprimidos. O mecanismo protetor desencadeado pela vacina está associado à produção de anticorpos neutralizantes, ativação de TCD4+ e adequada integração entre as imunidades inata e adaptativa. A vacinação tem importância na prevenção e controle da doença, já que interrompe o ciclo de transmissão da forma silvestre para a forma urbana através da geração de uma barreira de imunidade coletiva. Tendo em vista que a vacina da FA, apesar de ser altamente segura, vem apresentando um crescente número de relatos de reações adversas graves pós-vacinais, faz-se necessário o aumento das investigações acerca da segurança do vírus vacinal 17D, particularmente quando se identifica que diferentes mecanismos podem influenciar o potencial protetor da vacina em hospedeiros considerados imunocompetentes e determinar maior ou menor potencial reatogênico.