RESUMOAnalisam-se as relações socioculturais de dez mulheres com diagnóstico de depressão, moradoras de uma região periférica no interior de São Paulo. Os dados foram coletados em 2009 através de entrevistas semiestruturadas e foram abordados elementos como: origem, relações de amizade, brincadeiras, escola, lazer, religiosidade, vestimentas, sonhos, entre outros, de acordo com cada fase da vida: infância, adolescência e vida adulta. A partir de referenciais socioculturais, deparou-se com o fenômeno da violência em sua diversidade: psicológica, moral, física, sexual e social apoiado no poder androcentrista. A pesquisa apontou que a vida destas mulheres é permeada de violência desde a infância até a vida adulta. A depressão em mulheres se insere para além de uma doença biologicamente determinada por fatores genéticos, orgânicos e hormonais. Pode ser vista como parte de uma construção sociocultural em contextos específicos, portanto não se trata de uma doença individualizada em um sujeito, mas pode ser fruto de uma sociedade ainda com predomínio androcentrista.Palavras-chave: Fatores socioculturais. Violência. Mulheres.