Características epidemiológicas do suicídio no Rio Grande do Sul

Abstract

ObjectiveTo describe epidemiological aspects of suicide mortality in a 10-year time series.

Perfil Epidemiológico dos Casos de Suicídio Registrados no Instituto Médico Legal de Goiânia (2005 a 2013)

“…Várias etiologias e fatores de risco já foram postulados para se compreender a dinâmica do suicídio: doenças psiquiátricas, como depressão, dependência de substâncias e transtorno bipolar de humor (MENEGHEL et al, 2004); uso de determinados medicamentos, como antidepressivos, tranquilizantes e anticonvulsivantes (BERNARDES; TURINI; MATSUO, 2010); situações sociais e econômicas, como desemprego e recessões; eventos estressores, como separações e luto, além de doenças crônicas, degenerativas ou terminais (MENEGHEL et al, 2004). Alguns fatores protetores também foram identificados por estudos, tais como a prática religiosa, o casamento e a manutenção de laços familiares (BANDO;LESTER, 2014).…”

“…Schmitt et al (2008) ao descreverem as características epidemiológicas do suicídio no extremo oeste de Santa Catarina (SC) no período de 1980 a 2005, notaram forte semelhança com os dados encontrados em estudo anterior, realizado no estado do Rio Grande do Sul (RS) por Meneghel et al (2004), que analisou o período de 1980 a 1999. Apesar de realizados em momentos distintos, os trabalhos apresentaram coeficientes médios de mortalidade muito próximos, de 10 casos por 100.000 habitantes (SC) e 11 casos por 100.000 habitantes (RS), além da mesma preferência pelo enforcamento como meio, que foi a causa de 62% dos suicídios no RS e de 70% em SC.…”

“…O risco, no entanto, é maior em alguns grupos específicos, tais como jovens do sexo masculino, prisioneiros, homossexuais, idosos e trabalhadores rurais. Um estudo realizado no Rio Grande do Sul verificou risco três vezes maior de suicídio entre trabalhadores do setor da agropecuária e pesca em relação aos ocupantes de outras atividades (MENEGHEL et al, 2004).…”

“…Tais dados não permitem afirmar que adultos apresentam maior risco para o suicídio, uma vez que esse grupo etário é o mais frequente na população em geral, ou seja, com maior número de suscetíveis, que são os indivíduos em que há a possibilidade de ocorrência do agravo. Por outro lado, os idosos, apesar de constituírem uma minoria das vítimas, são o grupo etário de maior risco para o suicídio, vez que também representam um pequeno grupo de suscetíveis (MENEGHEL, 2004;MINAYO, 2012;SADOCK;SADOCK, 2007). Apenas 0,2% dos casos se deram em crianças, o que confirma a raridade do agravo nesse grupo etário (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006).…”

“…No entanto, Meneghel et al (2004), em um estudo epidemiológico realizado no Rio Grande do Sul, observou que a maioria dos casos se concentrava em indivíduos casados, ao passo que o maior risco de suicídio foi verificado em viúvos.…”