Mulheres HIV positivas, reprodução e sexualidade

Abstract

OBJETIVO: Estudar questões relativas à sexualidade e à saúde reprodutiva de mulheres HIV-positivas, seu acesso às práticas de prevenção, sua aderência a tratamentos e a possibilidade de fazerem opções conscientes quanto à gravidez. MÉTODOS: Estudo exploratório realizado, em 1997, em um ambulatório de um centro de referência na área de doenças sexualmente transmissíveis e Aids localizado na cidade de São Paulo, Brasil. Foi estudada uma amostra consecutiva, não-probabilística, constituída de 148 mulheres HIV-positivas. Foram excluídas as menores de 18 anos e as fisicamente debilitadas. Os dados foram colhidos por meio de entrevistas estruturadas. Foram aplicados os testes de chi² e t-Student. RESULTADOS: A média de idade das mulheres pesquisadas foi de 32 anos, sendo que 92 (62,2%) tinham até o primeiro grau de escolaridade, e 12,2% chegaram a cursar uma faculdade. A mediana do número de parceiros na vida foi quatro, e metade das entrevistadas manteve vida sexual ativa após infecção pelo HIV. Do total das mulheres, 76% tinham filhos, e 21% ainda pensavam em tê-los. Um maior número de filhos, maior número de filhos vivos e de filhos que moravam com as mães foram os fatores mais indicados como interferência negativa na intenção de ter filhos. Não foi encontrada associação entre pensar em ter filhos com as variáveis como percepção de risco, situação sorológica do parceiro, uso de contraceptivos e outras. Os métodos contraceptivos mudaram, sensivelmente, na vigência da infecção pelo HIV. CONCLUSÕES: A intenção de ter filhos não se alterou substancialmente nas mulheres em conseqüência da infecção pelo HIV. Mulheres HIV-positivas precisam ter seus direitos reprodutivos e sexuais discutidos e respeitados em todos os serviços de atenção à saúde. A adesão ao medicamento e ao sexo seguro são importantes, mas difíceis, requerendo aconselhamento e apoio. São necessários serviços que promovam ambiente de apoio para essas mulheres e seus parceiros, propiciando às pessoas com HIV/Aids condições de conhecer, discutir e realizar opções conscientes no que concerne às decisões reprodutivas e sua sexualidade.

Medidas contraceptivas e de proteção da transmissão do HIV por mulheres com HIV/Aids

“…Another study warns that physicians were not used to talk much with of HIV-infected women about condom use, safe sex, contraceptive use or any other issues related to their reproductive health. 13 Oral contraceptive use among HIV-infected women, a method that prevents pregnancy but sexual partner infection, was uncommonly seen in the study sample. This could be partly because these women are well informed on the inefficacy of this contraceptive method as it interferes with antiretroviral drug activity.…”

“…Santos et al 13 recommend sound counseling on contraceptive method choice and contraceptive use and reinforce the major role of health care team on the attention of HIV-infected patients.…”

“…Another study carried out in the city of São Paulo observed out that 41.5% of women reported irregular use of male condom regardless their partner's HIV status. 13 There are no studies in the literature that convincingly approach the reasons why HIV-infected women would engage in risky behavior for either HIV reinfection or unintended pregnancy. A study investigating non-use of condoms by HIV-infected and non HIVinfected couples show that HIV-negative men reported not taking efficacious preventive measures against HIV infection because they did not believe their partners were infected and because they are "macho" men.…”

“…Researchers have found that prevention was not a concern for most women who got infected 4,13,15 An explanation for this behavior could rely on the fact that these women are mostly poor, ill-informed and have no negotiation power, which in a way comes close to the widespread idea of AIDS "feminization, internalization, and depauperation" among women.…”

Perfil epidemiológico de puérperas e prevalência de anticorpos para infecção pelo HIV e vírus da hepatite C em Cuiabá, Mato Grosso

“…Esta situação hoje, ao contrário do que se pensava no início da epidemia, expõe as mulheres à falsa sensação de segurança, uma vez que as mesmas não se percebem em situação de risco. Estudos recentes apontam para o fato de que a grande maioria (68%) das mulheres infectadas adquiriu o vírus de seu parceiro fixo, atual ou anterior 12 .…”