IntroduçãoA mortalidade infantil reflete as condições de vida e de saúde das populações e o seu coeficiente é utilizado como indicador do nível de desenvolvimento e da qualidade de vida das nações.A divisão da mortalidade infantil em neonatal e pós-neonatal é feita no sentido de se avaliar indiretamente a importância das causas endógenas e exógenas de óbito. As primeiras estão relacionadas às condições desfavoráveis do recém-nascido, tais como imaturidade e anomalias congênitas. Já as segundas são o produto da atuação de condições ambientais hostis sobre crianças nascidas em boas condições. Enquanto as endógenas são de difícil redução, implicando conhecimentos e técnicas mais sofisticadas, as exógenas são dependentes de melhoria das condições gerais de vida e das intervenções específicas de caráter médico-sanitário 15 . Os componentes neonatal e pós-neonatal apresentam comportamentos distintos, em áreas com mortalidade infantil baixa e alta. Observa-se que, no primeiro caso, o coeficiente é quase totalmente representado pela mortalidade neonatal (60 a 80%) e, no segundo caso, a taxa é quase totalmente representado pela mortalidade pós-neonatal. Quando a melhoria das condições ambientais vão permitindo reduzir a mortalidade infantil, verifica-se que essa redução se faz às custas da pós-neonatal. Mais tarde, consegue-se diminuir a neonatal, atuando na assistência pré, trans e pós-natais 11 .Os estudos de mortalidade são feitos, em geral, através dos dados das declarações de óbito (DO), que se constitui instrumento muito importante para obtenção de variáveis utilizadas para caracterizar os óbitos.O uso dos dados de mortalidade oriundos das DO levanta questões sobre a confiabilidade e a validade das informações nela contida 25 .Muitos esforços têm sido empreendidos no sentido de alertar sobre a importância do preenchimento adequado da DO 9,13,14 , mas o que se verifica, na maioria das vezes, é que esta é vista somente como uma exigência legal para o sepultamento e não como uma possível fonte geradora de dados