Tomando como ponto de partida o debate conceitual sobre o termo drogas e seu uso na contemporaneidade, pretende-se compreender, no trabalho em tela, como os efeitos deletérios das políticas neoliberais no mundo do trabalho incidem sobre os sujeitos envolvidos no tráfico de drogas, no varejo e no consumo abusivo de psicoativos considerados ilícitos. Para tanto, problematizam-se as práticas discursivas em torno das drogas e seus efeitos na produção de uma corporalidade específica, de um tipo social que será alvo de rejeição. Considera-se que a droga, enquanto mercadoria e enquanto dispositivo de controle social, institui um campo de disputa política, em que a vida, apreendida como precária, não é reconhecida. Essa estratégia atende aos interesses econômicos de determinados grupos sociais que lucram com o encarceramento da população marginalizada e com a medicalização da vida. Tais discussões apontam para a urgente superação da falaciosa guerra às drogas.