No período de 1961 a 1964, governaram o Brasil, sucessivamente, Jânio Quadros e João Goulart. Evidenciou-se, naquele momento, um processo de gestação, desenvolvimento, apogeu e, por fim, o rápido declínio da Política Externa Independente (PEI), estruturada em conjunto por Quadros e Afonso Arinos, sistematizada posteriormente por San Tiago Dantas e em seus estertores solapada pela ocorrência do golpe militar de 1964. Nesse curto período, elementos comuns podem ser identificados entre as gestões de Quadros e Goulart. Em primeiro lugar, a existên-cia de um eixo central na inserção internacional do Brasil, a partir da Política Externa Independente, proposta que projetava para o país relações internacionais sem constrangimentos ideológicos em um momento de Guerra Fria, no qual, para muitos, essa independência não seria viável nem sequer possível. Em segundo, o envolvimento da opinião pública com assuntos de política exterior, envolvimento esse fruto da evolução de uma política populista já identificável, por exemplo, com Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, em anos anteriores. Ao populismo aliaram-se