Segurança e efetividade no tratamento do pterígio usando infiltração de 5-fluoruracila no intraoperatórioDescritores: Pterígio; Fluoruracila; Mitomicina/administração & dosagem; Quimioterapia adjuvante; Antimitóticos; Avaliação de eficácia-efetividade de intervenções; Cuidados pré-operatórios; Recidiva/prevenção & controle Objetivo: Avaliar a segurança e a efetividade do uso do 5-fluoruracila (5-FU) como tratamento adjuvante do pterígio, aplicado sob a forma de infiltração subconjuntival, no período intraoperatório. Métodos: Foram avaliados prospectivamente 125 indivíduos (125 olhos) portadores de pterígio. Os indivíduos foram operados segundo a técnica de retalho de deslizamento e receberam, ao final do procedimento, injeção subconjuntival de 0,2 mL de 5-FU (25 mg/mL). Foram anotados os dados do paciente como idade, sexo, profissão, características da lesão (primário ou recidivado, tamanho, carnoso ou involutivo) e feito seguimento pós-operatório, aos 7, 21, 60 e 180 dias. Os dados foram submetidos à avaliação estatística. Resultados: Não foram observados casos de complicação decorrente do uso do 5-FU em injeção no intraoperatório do pterígio. A taxa de recidiva geral observada aos 180 dias de pós-operatório foi de 35,8%, sendo de 35,7% para os pterígios primários e de 36,4% para os recidivados. Conclusão: A aplicação do 5-FU no período intraoperatório sob a forma de infiltração subconjuntival é segura. Entretanto, ainda resulta em altas taxas de recidiva e novos estudos devem ser realizados a fim de conhecer a concentração/dose ideal que permitirá menores chances de recidiva da lesão.
RESUMO INTRODUÇÃOPterígio é uma proliferação fibrovascular triangular da conjuntiva que cresce em direção à córnea, infiltrando sua superfície. Sua patogênese ainda não completamente esclarecida, associada a uma variável taxa de recidiva pós-operatória, constitui um desafio para o médico oftalmologista no que se refere à escolha da melhor opção terapêutica (1) . Inúmeras técnicas cirúrgicas já foram testadas e, apesar da maioria destas serem relativamente simples, é comum a ocorrência de recidivas, levando à necessidade do uso de drogas coadjuvantes.A recidiva do pterígio é atribuída à proliferação de fibroblastos, tendo sido introduzidas drogas antimitóticas com o intuito de prevenir o novo crescimento da lesão, dentre elas o thio-tepa, a mitomicina C e o 5-fluoruracila (5-FU). O uso do thio-tepa foi feito na década de 60 e provocava alterações oculares transitórias e até mesmo déficit visual permanente (2)(3)(4) . A mitomicina C surgiu