Nota Editorial: Depois de concluída a análise do artigo sob sigilo editorial e com a anuência da Dra. Maria Teresa Brizzi Chizzotti Bonanomi sobre a divulgação de seu nome como revisora, agradecemos sua participação neste processo. O eletrorretinograma focal (ERG focal) é obtido através de exame não invasivo que contribui para a descrição da organização funcional da retina humana central sob circunstâncias normais ou patológicas (1) . O ERG focal corresponde ao registro da resposta elétrica gerada pelos fotorreceptores maculares após estímulo de luz branca intermitente em altas freqüências temporais, conhecida como "flicker", que pode ser apresentada a 42Hz (84 flashes/segundo) ou a 31,25 Hz (62,5 flashes/segundo). O estímulo é centralizado em 5º na área macular, circundado por um anel de 20º de área branca para evitar a estimulação de áreas retinianas vizinhas e para facilitar a visualização do fundo do olho durante o procedimento (2)(3) . O ERG focal tem sido utilizado na clínica oftalmológica há mais de 20 anos devido a sua habilidade em detectar disfunções maculares mesmo quando os
Eletrorretinografia focal em adultos jovens normaisDescritores: Eletrorretinografia/métodos; Eletrorretinografia/normas; Retina/fisiologia; Mácula lútea; Valores de referência RESUMO Objetivo: Estabelecer valores normativos para o exame de eletrorretinograma focal em adultos jovens normais, segundo protocolo recomendado pela Sociedade Internacional de Eletrofisiologia Visual Clínica (ISCEV). Métodos: Participaram 33 indivíduos de idades variando entre 14 a 38 anos (média 22,96±5,73), 14 homens e 19 mulheres. O eletrorretinograma focal foi registrado a partir de um eletrodo corneano bipolar, e oftalmoscópio estimulador com luz branca intermitente em freqüências temporais de 42 Hz e 31,25 Hz na mácula. Os parâmetros, amplitude (em nanovolts) e latência (em milissegundos), foram analisados pela transformada de Fourier. Para análise estatística de ambas as freqüências, foram calculados a mediana, mínimo, máximo, percentis e teste t entre as amplitudes e as latências. Resultados: Para 42 Hz. Amplitude: mediana 614nV; 1º quartil 529nV; 3º quartil 650nV; mínimo 370nV; máximo 794nV; percentil 2,5 378,8nV; percentil 97,5 779,6nV. Latência: mediana 26,4ms; 1º quartil 25,4ms; 3º quartil 26,8ms; mínimo 23,4ms; máximo 28,2ms; percentil 2,5 23,8ms; percentil 97,5 27,88ms. Para 31,25Hz. Amplitude: mediana 632nV; 1º quartil 429nV; 3º quartil 750nV; mínimo 364nV; máximo 1036nV; percentil2,5 364,8nV; percentil 97,5 1018,4nV. Latência: mediana 30,1ms; 1º quartil 29,3ms; 3º quartil 31,2ms; mínimo 25,9ms; máximo 33,9ms; percentil 2,5 27,18ms; percentil 97,5 27,88ms. Conclusão: O presente estudo estabelece limites de normalidade para o exame de eletrorretinografia focal em adultos jovens para freqüências temporais de 42Hz e 31,25 Hz. Os resultados encontrados mostram valores similares de amplitude para ambas as freqüências temporais e latência significantemente mais rápida para a freqüência de 42 Hz.