Sem receita: deslocamentos do olhar da Nutrição sobre o comer de crianças autistas

Abstract

Esta escrita traz reflexões da dissertação Muito além dos nutrientes: a dinâmica alimentar de crianças autistas, que se propôs a (re) pensar a alimentação dessas crianças. Por meio de experimentações com alimentos, oficinas culinárias, passeio à feira livre, festa junina e piquenique, explora alguns deslocamentos do olhar da Nutrição tendo como ingredientes fragmentos fotográficos e escritos de Fernand Deligny, Manoel de Barros e José Miguel Wisnik: a abertura ao imprevisível; o fazer com e estar junto; o desafio de comunicar os resultados da pesquisa para as próprias crianças, usando tirinhas sobre as experimentações; e a proposição do conceito de dinâmica alimentar. Cozinhar e comer juntos permitiram interagir, distanciando-se da concepção restrita de dieta saudável e do nocivo/patológico da comida. Trouxe à tona a complexidade dos processos alimentares, em que o imprevisível – da vida – não desapareceu. Ao contrário, deu sentido ao que aconteceu.

Autistic children and adolescents and their parents: being and having meals together

“…Multisensory experiences and shared eating with autistic children/adolescents are configured as spaces for socialization, exchange and connection, which make up this audience's food dynamics and show the complexity of eating processes taking into account unpredictable events [21].…”

Alimentos Que Ajudam Da Prevenção Do Alzheimer

“…O isolamento social pode interferir diretamente no padrão de compra da população no que diz respeito ao gênero alimentício e consequentemente do consumo alimentar. A população com enorme receio de ficar sem produtos em casa, devido a escassez de muitos alimentos pelo medo de não ter o que comer em casa, tendem a optar produtos menos perecíveis e práticos, como os processados e ultraprocessados, ao invés dos alimentos in natura (Oliveira et al, 2020).…”

O Uso Dos Nutricosmeticos No Tratamento Para Longevidade

“…Esse fato pode estar atrelado tanto as ações/sentimentos durante a pandemia, quanto ao consumo de determinados alimentos e ao sedentarismo (OLIVEIRA et al, 2020).…”

“…Esse comportamento é intensificado quando em associação ao TEA, podendo estar presente por períodos prolongados desde a infância, adolescência até a juventude. Sua progressão está diretamente associada ao nível de gravidade do comprometimento social, comunicativo e cognitivo do paciente autista (APA, 2018;OLIVEI-RA;FRUTUOSO, 2020). Isso é consistente com as conclusões da revisão sistemática de Torres, Gomesa e Mattosa (2021), ao citarem que a pressão dos pais para a criança ingerir alimentos de que não gosta resulta em maior resistência ao seu consumo.…”