Devido à falha dos protocolos de biossegurança nas cooperativas de reciclagem, os separadores de resíduos se expõem a agentes biológicos, como vírus, fungos e bactérias, tornando-se mais susceptíveis a infecções por estes agentes. Este estudo objetivou estudar o risco biológico ao qual estão expostos os cooperados na atividade de triagem/separação dos resíduos recicláveis, avaliando o uso de equipamentos de proteção individual e a ocorrência de acidentes e da prática da higienização das mãos. Para isso, realizou-se um estudo descritivo quantitativo no Estado de Alagoas, nas Cooperativas de Reciclagem de Resíduos COOPREL e COOPLUM. A ocorrência de microrganismos, provenientes do manuseio dos resíduos foi investigada através da coleta de material das mãos dos cooperados, com auxílio de swab, antes e após do processo de higienização habitual, seguida da orientada. O material coletado foi transportado e analisado quanto à presença de bactérias aeróbias e anaeróbias, bolores e leveduras. Após o cultivo e análise microbiológica, verificou-se a presença de microrganismos da família Enterobacreriaceae, bolores e leveduras. Entretanto, a coleta realizada após a higienização orientada houve significativa redução do número de bactérias em 88%; em relação à amostra inicial da coleta antes ou depois da higienizaçao habitual. Referente à presença de bolores e leveduras observou-se uma redução de 37,50%. Logo, este estudo identificou que 54% dos cooperados sofreram acidentes com material perfurocortante nos últimos doze meses, e identificou bactérias da família Enterobacteriaceae nas mãos dos cooperados (56,41%), refletindo além do risco biológico, a exacerbação do risco social representado pelas precárias condições de trabalho.