De que alimentação estamos falando? Discursos de jornalistas e análise de conteúdo de notícias populares

Abstract

A alimentação saudável é um dos principais temas da promoção da saúde e fonte de informação jornalística. A pesquisa analisa o conteúdo de jornal regional popular carioca e discurso do sujeito coletivo de suas jornalistas. Com metodologia quantiqualitativa, descritiva e exploratória, observou-se que o jornal dá foco aos efeitos de alimentos específicos e a recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira e prioriza informações sobre alimentos in natura, em detrimento dos ultraprocessados. Há, porém, pouco espaço para a comensalidade e predominância da voz de especialistas. O discurso das jornalistas confirma os achados no impresso e destaca que parte dos textos analisados se configura como jornalismo de serviço com aspectos que se relacionam à promoção da saúde.

Cenas da fome no show da vida: narrativas midiáticas no contexto da pandemia de covid-19

“…Tais esquemas organizacionais "invisíveis" (BARBOSA; BARCELLOS; CARVALHO, 2018) operados pela mídia nos chama atenção para as práticas de controle às quais somos submetidos diariamente a partir da veiculação desses mesmos discursos polifônicos. (OLIVEIRA-COSTA et al, 2019) De tal forma, entendemos que a fome como face de uma extrema pobreza que é produzida e espetacularizada em rede televisiva, toma formas concretas de uma comoção naturalizada que, à primeira vista, muito se assemelha ao estado de conscientização.…”

Comensalidades em narrativa: estudos de mídia e subjetividade

“…Tais esquemas organizacionais "invisíveis" (BARBOSA; BARCELLOS; CARVALHO, 2018) operados pela mídia nos chama atenção para as práticas de controle às quais somos submetidos diariamente a partir da veiculação desses mesmos discursos polifônicos. (OLIVEIRA-COSTA et al, 2019) De tal forma, entendemos que a fome como face de uma extrema pobreza que é produzida e espetacularizada em rede televisiva, toma formas concretas de uma comoção naturalizada que, à primeira vista, muito se assemelha ao estado de conscientização.…”

“…A comensalidade, para além dos modos de compartilhar a mesa, inclui as formas como os sujeitos se alimentam, independentemente da sua filiação cultural, abrindo seu leque ao mundo das relações sociais, disponibilizando-se como contexto de comunicação, exibindo distinções, expressando acolhimentos, explicitando, disfarçando ou encobrindo jogos identitários, colocando-se como um tribunal destinado ao julgamento de valores, oferecendo-se ao exercício dos poderes. (OLIVEIRA et al, 2019;VARGAS et al, 2017WOLLZ; Assim, a comensalidade possibilita contemplar toda e qualquer conduta frente à comida, uma vez que a ação humana é dotada de significado subjetivo, produzido por quem a executa e a orienta. (WEBER, 1977) Quem dá sentido às ações são os atores sociais no compartilhamento dos códigos de sua cultura.…”