“…Estudos recentes têm demonstrado a manutenção dessa ligação da expansão da educação superior brasileira em meio ao processo de mundialização do capital, com a adoção, pelo Estado, de políticas liberais referentes ao financiamento da educação, a políticas de competitividade, de patentes e de direitos autorais, educação à distância e mercantilização da educação (COSTA; GOULART, 2018;MANCEBO;SILVA JÚNIOR;SCHUGURENSKY, 2016;SIGAHI;SALTORATO, 2018). A política educacional fica reduzida, pois, a um subconjunto da política econômica, produzindo uma cultura de performatividade na qual o êxito é mensurado por flexibilidade, adaptabilidade, eficiência, desempenho e competitividade (SIGAHI; SALTORATO, 2018). Ao mesmo passo em que essas políticas tem possibilitado o acesso à educação, conforme dados de matrículas (INEP, 2018), a massificação na formação superior tem mostrado sua face mais perversa: não apenas a produção de números, mas a formação de trabalhadoras/es voltados à empregabilidade, mais produtivos, flexíveis, polivalentes e adaptáveis às novas formas de organização e gestão do trabalho, com grande disposição para suportarem a intensificação e precarização das condições de trabalho e predispostos a aceitarem e assumirem riscos (MANCEBO; SILVA JÚNIOR; SCHUGURENSKY, 2016;SIGAHI;SALTORATO, 2018).…”