O Ensino Médio Integrado No Contexto Da Avaliação Por Resultados

Abstract

RESUMO: Este artigo apresenta resultados parciais de uma pesquisa que teve como objetivo geral refletir sobre a relação entre as políticas de avaliação por resultados e a implementação da proposta curricular do ensino médio integrado. Como metodologia, analisamos documentos e entrevistas realizadas com docentes e gestores das redes federal e estadual de Pernambuco, com base nas categorias gerais do materialismo histórico-dialético. Concluímos que os resultados das avaliações externas são a referência de qualidade das políticas educacionais na atualidade, pressionando o ensino médio integrado por meio da ênfase em escores e ranqueamentos e norteando a organização dos currículos de maneira a ampliar os problemas da dualidade entre a formação propedêutica e a formação técnico-profissional.

Systematic review of the literature on program evaluation in professional courses at Federal Institutes in Brazil

“…Segundo Silvia & Ramos (2018), deve-se levar também consideração que as avaliações externas e de larga escala nem sempre, conseguem captar as singularidades do ensino profissionalizante e também abrem mão da percepção dos envolvidos no processo de ensino ou intervenientes.…”

“…A pesquisa permitiu identificar uma mudança no perfil dos tipos de avaliações realizadas nos IFs, ganhando espaço as avaliações internas através de instrumentos autônomos no lugar das avaliações externas e formais focadas em dados secundários e no desempenho/indicadores de resultados. A partir da RSL foi possível identificar o que foi destacado por Silvia & Ramos (2018), que os modelos de avaliação externa e por resultados configuram um entrave ao êxito do projeto pedagógico dos cursos profissionalizantes, uma vez que desconsidera a autonomia das instituições e suas limitações internas. Os estudos analisados na RSL também mostraram, uma falta de articulação dos resultados das avaliações dos programas e a melhoria contínua do currículo e ausência de acompanhamento e monitorização ao longo do curso.…”

Perspectivas da formação técnica e inserção no mercado de trabalho: um estudo em uma Instituição Pública Federal de Minas Gerais

“…Nesse sentido, em 1996 foi aprovada a Lei nº 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação -LDB) cuja tônica não foi mais a de preparação para o trabalho e sim para a vida. Nesta perspectiva, a LDB trata em sua versão original, como descrito no parágrafo segundo do artigo 36, da forma de ensino na modalidade integrada que diz respeito à articulação entre a educação profissional técnica e o ensino médio, cujo sentido está no compromisso ético e político de assegurar aos discentes, em um único currículo, o direito à formação profissional, sem que esta substitua a formação geral (Silva & Ramos, 2018).…”

A Interdisciplinaridade no Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

“…(p.225) Em suma, o autor considera a interdisciplinaridade na relação mais intima com as disciplinas e os conteúdos, e a integração curricular ao aspecto externo à disciplina que tem a ver com a problemática. A relação do o ensino médio integrado e a interdisciplinaridade, de acordo com Silva et al (2018), ultrapassa as questões de integração dos objetivos formativos das disciplinas, pois implica na articulação entre o trabalho, a ciência e a cultura, já que o ensino médio integrado "objetiva proporcionar a compreensão da relação econômica, social e histórica entre essas dimensões da prática social, mediante um currículo que leve à apreensão de conceitos como sistema de relações de uma totalidade concreta que se pretende explicar, compreender e transformar" (p.570) Tais questionamentos são importantes já que a justaposição do currículo de formação propedêutica com a formação profissional não se configura como integração, assim como acrescentar no currículo a formação técnica ou preparação profissional. Para que a integração possa ocorrer é necessário articular o trabalho, a ciência e a cultura, num processo continuo de formação, de diálogo entre si e sob esses eixos, uma vez que nenhum conhecimento é geral, e nem unicamente específico, e nem consegue ser desarticulado com a ciência básica (Ramos, 2008) Ainda de acordo com a autora a compreensão de significados mais amplo dos conceitos é necessária para uma reconstituição da totalidade.…”