2017
DOI: 10.1590/es0101-73302017176606
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Por Que a Urgência Da Reforma Do Ensino Médio? Medida Provisória Nº 746/2016 (Lei Nº 13.415/2017)

Abstract: RESUMO: O artigo analisa o porquê da urgência da reforma do Ensino Médio proposta pela Medida Provisória nº 746/2016, transformada na Lei nº 13.415/2017, tendo em vista os "sujeitos dessa reforma" e o contexto de regressão da regressão teórica e política. Trata-se de uma pesquisa documental que adota a chave analítica da teoria social crítica, em especial de Gramsci e de Fernandes, inserida nos debates sobre trabalho-educação. Indicamos elementos para constatar que essa "reforma" expressa a contradição ético-p… Show more

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“…Enfim, a realidade concreta demonstra que a difusão da necessidade de investir em capital humano como motor de desenvolvimento econômico e social é uma ideologia, parcial e artificiosa. Os cortes no orçamento da educação e os repasses de recursos públicos para setores privados ofertarem cursos aligeirados e de baixo valor tecnológico agregado vão de encontro à ideologia do capital humano (Motta;Frigotto, 2017, p.361). No que diz respeito à modernização da estrutura curricular pela flexibilização por áreas de conhecimento, Motta e Frigotto (2017) refletem que o que está como objetivo central por trás dessa flexibilização é atender às exigências de habilidades e competências prescritas nas avaliações externas (internacionais e nacionais), focadas nos componentes curriculares de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. Estes se configuram como instrumentos certificadores de qualidade, segundo as recomendações do Banco Mundial e a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE).…”
Section: A Reforma Do Ensino Médio: Precarização Da Educação Públicaunclassified
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“…Enfim, a realidade concreta demonstra que a difusão da necessidade de investir em capital humano como motor de desenvolvimento econômico e social é uma ideologia, parcial e artificiosa. Os cortes no orçamento da educação e os repasses de recursos públicos para setores privados ofertarem cursos aligeirados e de baixo valor tecnológico agregado vão de encontro à ideologia do capital humano (Motta;Frigotto, 2017, p.361). No que diz respeito à modernização da estrutura curricular pela flexibilização por áreas de conhecimento, Motta e Frigotto (2017) refletem que o que está como objetivo central por trás dessa flexibilização é atender às exigências de habilidades e competências prescritas nas avaliações externas (internacionais e nacionais), focadas nos componentes curriculares de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. Estes se configuram como instrumentos certificadores de qualidade, segundo as recomendações do Banco Mundial e a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE).…”
Section: A Reforma Do Ensino Médio: Precarização Da Educação Públicaunclassified
“…trata-se de uma contrarreforma que expressa e consolida o projeto da classe dominante brasileira em sua marca antinacional, antipovo, antieducação pública, em suas bases político-econômicas de capitalismo dependente, desenvolvimento desigual e combinado, que condena gerações ao trabalho simples e nega os fundamentos das ciências que permitem aos jovens entender e dominar como funciona o mundo das coisas e a sociedade humana. Uma violência cínica de interdição do futuro dos filhos da classe trabalhadora por meio da oficialização da dualidade intensificada do Ensino Médio e de uma escola esvaziada, na perspectiva de Antonio Gramsci (Motta;Frigotto, 2017, p.369). O Ensino Médio proposto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), Lei nº 9.394/1996, e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, já compreendia uma formação geral nos três anos, como também abria a possibilidade para a existência das escolas profissionalizantes, porém sem perder de vista o caráter de formação geral nas diversas áreas do conhecimento. No entanto, com a atual reforma, o Ensino Médio perde esse caráter mais geral, limitando a oportunidade de aprendizagem ampla e contextualizada, propagando agora a ideia de escolha e flexibilização e, consequentemente, excluindo muito mais os jovens oriundos das camadas sociais desfavorecidas e limitando as possibilidades de continuação dos seus estudos em nível superior, pois dependerão, exclusivamente, desse novo contexto de reformas do Ensino Médio voltado para a escola pública.…”
Section: A Reforma Do Ensino Médio: Precarização Da Educação Públicaunclassified
“…A proposta defendida pelos reformadores empresariais, cuja agenda vem sendo incorporada pelos planos educacionais a partir do governo Fernando Henrique Cardoso (1995)(1996)(1997)(1998)(1999)(2000)(2001)(2002), define um currículo básico como referência para a educação nacionalcompreendendo-se por básico o suficiente para a formação de uma massa preparada para o mercado de trabalho. Em suma, como denunciam diversos autores, trata-se inequivocamente da mercantilização da educação visando à transformação de amplos setores da população em mercadoria de baixo valor (Leher, 2010;Cardoso da Motta & Frigotto, 2017).…”
Section: Pierre Bourdieuunclassified
“…Isso se tornou bastante comum nas demais reformas da Educação, percebidas como estreita formação para o mundo do trabalho, com diretrizes advindas de forças e de grupos internacionais (Cerri, 2004). Desse modo, o formato curricular posto nas redes estaduais de ensino, criticado pelos estudantes durante os protestos, tendiam radicalmente ao tecnicismo, voltado para o trabalho social abstrato (Marx, 2017, p. 120-124), distanciando-os daqueles que poderiam pagar por um ensino médio universalizado (Motta;Frigotto, 2017).…”
Section: Da Escola Que Se Tem à Escola Que Se Querunclassified
“…A nosso ver, esse é ainda um paradigma importante para a análise global da situação do ensino, das escolas e da educação formal no Brasil. Algo que une a relação de domínio, função e modo de organização das escolas do Estado ao que se espera dos egressos do Ensino Médio que adentrarão o mercado de trabalho (Motta;Frigotto, 2017).…”
Section: Da Escola Que Se Tem à Escola Que Se Querunclassified