“…A educação, no Brasil, é um campo de tradição normativa, fortemente ideologizado, de origem religiosa. Pode-se inferir que a educação brasileira desempenha claramente, mas não unicamente, quatro papéis: a) aprendizagem, que é seu papel primordial e mais tradicional, visando à integração social, disciplina no e para o trabalho, legitimidade política e formação de "elites condutoras" (TIRAMONTI, 2014;RUSCHEL, 2009); b) socialização, associada à adesão brasileira ao "modelo americano" de educação (SAVIANI, 2003) e observada com frequência nos trabalhos de Charlot (CHARLOT, 2001, 2000REIS, 2014); c) proteção social, garantindo segurança social aos indivíduos em condições de vulnerabilidade social (GALLO, WILLIAMS, 2008;AR-RETCHE, 1997); d) desigualdade social, em consonância com as ideias de Bourdieu e Passeron, que consideram que o sistema de ensino, teoricamente pautado na inclusão social, é o grande promotor da desigualdade e da exclusão (BOURDIEU; PASSERON, 2011).…”