Máquinas De Administrar a Educação: Dominação Digital E Burocracia Aumentada

Lima, Licínio C.

doi:10.1590/es.249276

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“…A decadência desta racionalidade, de que a burocracia é a expressão, apresentada discursivamente como um facto consumado, e a retórica que apresenta a "organização pós-burocrática, como alternativa capaz de superar boa parte das caraterísticas que Max Weber reuniu na constelação de dimensões a que chamou burocracia" (Lima, 2012, p. 129) apresentam-se como extemporâneos. A realidade permite atestar a intensificação dessas dimensões que conhecem renovada e ampliada presença em termos empíricos (Lima, 2012(Lima, , 2021a. De resto, perspetiva que a mcdonaldização, aventada por Ritzer (1996), não faz mais que confirmar, quando escreve que o "fenómeno contemporáneo al que aqui denominamos mcdonaldización no es outra cosa que un derivado de la teoría weberiana de la racionalización" (p. 35).…”

Section: Palavras-chaveunclassified

A colonização da Escola pela racionalidade instrumental

Carvalho¹

2022

RLE

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O artigo, de natureza reflexiva, parte do pressuposto de que a organização escolar não foi capaz de ficar imune à hegemonia da racionalidade instrumental, a mesma que também se faz sentir em outras áreas da atividade humana, pelo que o nosso propósito visou revelar a sua reconfiguração e ressemantização enquanto mecanismos que a legitimam e naturalizam, intensificando a burocracia, da qual é expressão. Nesse sentido, sublinhamos a centralidade das plataformas informáticas enquanto mecanismo de controlo, ao mesmo tempo que se intensifica a hierarquização em termos de tomada de decisão, validando a ideia de que os atores educativos são instrumentalizados ao converterem-se em meios de perseguir os objetivos organizacionais. Damos conta de uma perspetiva mercantil inclusa no conceito de qualidade, que se mede em termos de resultados, e da competição que adquire estatuto de educação pedagógica, pois ao serviço do aumento da eficiência. A par destes aspetos consideramos a questão do diretor escolar, por reconhecermos a sua aproximação à figura do gestor tecnocrata, e os agrupamentos de escolas como resposta a uma lógica administrativa e racionalizadora. Fazemos alusão a Freire, Dewey e Illich pela recusa de uma educação que, em vez de emancipar, domestica e instrumentaliza.

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Section: Palavras-chaveunclassified

A colonização da Escola pela racionalidade instrumental

Carvalho¹

2022

RLE

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“…Esse aplicativo deveria ser alimentado de forma diária, para que pais, mães e responsáveis pudessem acompanhar o rendimento escolar dos/as estudantes de forma cotidiana. Contudo, como a plataforma se encontra em fase de testes, os/as professores/as foram orientados a também realizar todos esses registros de forma manual, gerando, portanto, um duplo trabalho e reforçando a tese defendida por Licínio Lima (2021;, a da hiperburocratização da dominação digital proposta pela NGP.…”

Section: Plataformização E Controle Do Trabalho Docente: O Caso Da Re...unclassified

“…Nesse período, organizações de interesse privado e organismos internacionais, alinhados a uma agenda global, redefiniram diretrizes, objetivos, princípios da educação, assim como a formação docente e sua atuação. A pressão diante da imposição de um novo modelo de gestão influenciou a adoção cada vez mais ampla de mecanismos gerenciais, ligados à Nova Gestão Pública -NGP (LIMA, 2021). Nessa esteira, grupos de interesse privado têm apresentado as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação -TIC como mecanismos de garantia de qualidade e gestão eficiente das políticas educacionais, com influentes argumentos sobre a urgência de inserção da educação na era digital.…”

Section: Introductionunclassified

outra face da era digital

2022

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Este estudo propõe problematizar a plataformização da educação, estratégia da Nova Gestão Pública – NGP para controle do trabalho docente. A revisão da literatura e a análise documental sobre a rede estadual de educação pública da Bahia indicam que, a partir do estabelecimento do ensino remoto na pandemia da Covid-19, em 2020, ampliou-se o uso de ferramentas tecnológicas associadas à NGP na educação. Tais mecanismos de controle estão presentes na ação docente, desde a formação, cada vez mais instrumental, perpassando os processos de ensino e alcançando o monitoramento de resultados, com indicadores impostos a redes de ensino e unidades escolares. Foi possível mapear intenções, estratégias e resultados da regulação da ação docente e depreender que a plataformização atende a imposição de uma agenda global de educação e que o controle da ação docente aponta para o cerceamento da autonomia do/a professor/a.

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“…Sublinhe-se, por fim, o trabalho de Lima (2021), intitulado «Máquinas de Administrar a Educação: Dominação Digital e Burocracia Aumentada», onde o autor refere que com o uso das novas tecnologias aumentou o controlo burocrático constante, a despersonalização e a redundância de recolha de informação.…”

Section: Introdução: Alguns Contributos Para O Estudo Da Burocracia N...unclassified

Efeitos da burocracia na educação inclusiva: As perceções dos diretores portugueses

Araújo¹,

Alonso

Delgado

et al. 2023

EPAA

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Este artigo tem por base um estudo sobre a burocracia escolar em Portugal que visa conhecer as perceções dos diretores das escolas públicas sobre o impacto das disfunções burocráticas na eficácia, na eficiência e na efetividade de processos educativos em curso, nomeadamente a implementação do Decreto-Lei 54/2018, de 6 de julho, com vista à concretização do direito de cada aluno a uma educação inclusiva que responda às suas potencialidades, expectativas e necessidades. Os dados apresentados foram recolhidos através de um inquérito por questionário de âmbito nacional, junto de diretores de escolas públicas portuguesas, tendo respondido 81 (10%), numa distribuição geográfica que abarcou todos os distritos de Portugal continental. Apresentamos as suas perceções sobre o impacto das questões burocráticas na implementação deste normativo legal nas escolas que dirigem. A análise dos dados recolhidos permite concluir que a maioria dos diretores considera que a operacionalização da educação inclusiva conduz a resultados positivos para a comunidade escolar, em particular para os alunos que beneficiam de medidas de suporte previstas, apesar de identificarem algumas disfunções burocráticas na aplicação desse diploma legal nas suas escolas, que condicionam e prejudicam a sua efetividade.

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Máquinas De Administrar a Educação: Dominação Digital E Burocracia Aumentada

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A colonização da Escola pela racionalidade instrumental

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