Ensino Superior Em Tempos De Pandemia: Diretrizes À Gestão Universitária

Abstract

RESUMO Instituições de Ensino Superior de todo o mundo foram afetadas pela pandemia da Covid-19. O prolongamento das medidas de distanciamento físico entre pessoas impõe a adaptação do ensino presencial ao formato remoto. Isso exige planejamento e consideração às condições de estudantes e professores. Neste artigo, são propostas diretrizes para orientar o trabalho de gestores universitários ao avaliarem as dificuldades e limitações impostas pela situação emergencial decorrente da pandemia, bem como lidarem com elas, de maneira a promover condições de trabalho e pedagógicas, viáveis e seguras, a professores e estudantes. Tais diretrizes são baseadas em uma concepção de Ensino Superior orientada para o desenvolvimento da capacidade de atuação profissional (em oposição à transmissão de conteúdo). São também baseadas em variáveis que interferem no processo educacional.

Educação à Distância, ensino remoto e as novas tecnologias de informação e comunicação educacionais em um cenário de pré e pós pandemia

“…A COVID-19 trouxe ao mundo uma situação pandêmica sem precedentes. Como os eventos de pandemias são conhecidos por se estender por um longo período, a sociedade precisou se organizar em todos os seus aspectos, inclusive em relação ao sistema educacional (Médici, Tatto & Leão, 2020 (Gusso et al, 2020). Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e51191110168, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10168 8 Empresas ofereceram gratuitamente serviços à população durante o período de distanciamento, o que inclui cursos e aulas virtuais, como exemplo do projeto italiano que ficou conhecido como solidariedade digital (Gusso et al, 2020).…”

“…No caso do Reino Unido e na Austrália, as escolas permaneceram abertas, porém apenas filhos de trabalhadores em setores considerados como essenciais e crianças em situações de vulnerabilidade social foram beneficiados (Gusso et al, 2020). Na china, as instituições de ensino ampliaram o acesso à Internet e oferta de disciplinas e cursos on-line por meio de plataformas digitais (Gusso et al, 2020).…”

“…Diante da situação de suspensão das aulas presenciais nas universidades públicas e privadas, ao mesmo tempo em que passaram-se a se adaptar à implementação dos sistemas digitais, essa nova alternativa trouxe várias problemáticas, dentre elas encontram-se: a falta de suporte psicológico a professores; a baixa qualidade no ensino (resultante da falta de planejamento de atividades em "meios digitais"); a sobrecarga de trabalho atribuído aos professores; o descontentamento dos estudantes e por fim; o acesso limitado (ou inexistente) dos estudantes às tecnologias necessárias (Gusso et al, 2020). No Brasil, são 2.537 IES, públicas e privadas, incluindo universidades, centros universitários, faculdades, institutos federais e Centros Federais de Educação Tecnológica-CEFET (Brasil, 2020g).…”

“…É perceptível a existência de um grande risco de se aumentar o enorme fosso de desigualdade social já existente entre as diferentes classes sociais, desde aqueles que possuem condições financeiras de acessar uma aula online com Internet de qualidade, àqueles que minimamente sequer possuem o básico para se alimentar de forma adequada (Joye;Moreira & Rocha, 2020). É notório as posturas negligentes por parte do governo brasileiro diante da crise na saúde, como por exemplo, as restrições orçamentárias a essas instituições, bem como, tomada de decisões que beneficiam as elites e penalizam o povo brasileiro menos favorecido (Gusso et al, 2020).…”

“…Nas universidades públicas, a evasão estudantil também poderá ser uma realidade em consequência dos desafios impostos pelo ensino remoto emergencial (Gusso et al, 2020). Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e51191110168, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10168…”