2022
DOI: 10.1590/3710805/2022
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Abstract: Resumo Este texto problematiza a incorporação das ciências policiais no Brasil. Defenderemos que estas surgem como estratégia para a monopolização policial – especialmente policial militar – do pensamento sobre lei e ordem, e como concorrência ao desenvolvimento de um campo organizacional sobre crime, polícia e justiça no Brasil a partir das ciências humanas e sociais nos últimos quarenta anos. Esse projeto reforça, junto aos policiais militares em formação, a disposição ideológica de enfrentamento do conhecim… Show more

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“…Destacam-se os estudos nos campos da Lei Seca (Biderman, Mello, & Schneider, 2010) e de práticas para a redução de homicídios (Kopittke & Ramos, 2021). Além disso, há no Brasil o crescimento do campo de "ciências policiais", muito menos como ciências e muito mais como uma tentativa de afirmar o lugar de fala dos policiais como agentes exclusivos com legitimidade para o debate público sobre polícias e segurança pública no país (Lima, Vasconcelos, Vianna, & Alcadipani, 2022).…”
Section: Introductionunclassified
“…Destacam-se os estudos nos campos da Lei Seca (Biderman, Mello, & Schneider, 2010) e de práticas para a redução de homicídios (Kopittke & Ramos, 2021). Além disso, há no Brasil o crescimento do campo de "ciências policiais", muito menos como ciências e muito mais como uma tentativa de afirmar o lugar de fala dos policiais como agentes exclusivos com legitimidade para o debate público sobre polícias e segurança pública no país (Lima, Vasconcelos, Vianna, & Alcadipani, 2022).…”
Section: Introductionunclassified
“…Uma "necrogovernamentalidade" (Franco, 2021), já estabelecida desde a formação do Estado no contexto colonial, aprofundada em regimes políticos de exceção como a escravização da população negra, o genocídio dos povos indígenas e, no último século, a sofisticação de tecnologias de repressão, desaparecimento e morte durante o regime militar entre 1964 e 1985, passou a ser difundida. O estabelecimento de um regime democrático que propunha o reconhecimento de cidadania ao final dos anos 1980 no Brasil expõe a contradição da lógica vigente: uma igualdade formal de direitos num contexto de profunda desigualdade social e jurídica (Caldeira, 1991;Lima, R., 1989). Por dispositivos estatais que funcionam como um conjunto ordenado e estratificado de formas de governo, tal desigualdade perpassa a burocracia do Estado e suas ações de intervenção, agindo sobre a morte, organizando um processo de construção de mortos (Medeiros, 2016;Hattori, 2020).…”
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