O Brasil apresenta grande relevância no fornecimento de proteína e óleo vegetal oriundos da soja, pois é o maior produtor mundial da cultura. Estima-se que, os teores de proteína nos grãos de soja estejam diminuindo ao longo dos anos, nos principais países produtores. As áreas de terras baixas no Rio Grande do Sul (RS) representam 23% do território estadual e a soja vem se destacando nesse ambiente sendo que, a correta escolha da cultivar para essas áreas representa importante ferramenta para o aumento da produtividade. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo analisar o desempenho agronômico e os teores de proteína e de óleo de cultivares de soja cultivadas em terras baixas, na safra agrícola 2022/23, sob condições do fenômeno climático La Niña. Foi realizado o experimento sob delineamento experimental em faixas, com 31 cultivares de soja e quatro repetições. As variáveis resposta analisadas foram: produtividade de grãos, massa de mil grãos, teor de proteína, teor de óleo e soma térmica acumulada. Os resultados obtidos destacaram produtividades superiores a 5.000 kg ha-1, obtidos para as cultivares BMX VALENTE RR, NEO 630 IPRO, DM 60IX64 I2X e DM 54IX57 I2X. O teor de proteína variou de 30,52 a 33,90% e o teor de óleo de 21,51 a 23,40%. Em algumas cultivares houve correlação significativa positiva entre massa de mil grãos e teor de óleo, entre massa de mil grãos e produtividade de grãos e entre produtividade de grãos e teor de óleo, com coeficiente r ao redor de 0,9, e correlação significativa negativa entre os teores de proteína e óleo e entre produtividade de grãos e teor de proteína, com coeficiente r ao redor de – 0,9. Algumas cultivares também apresentaram correlação significativa negativa entre soma térmica acumulada no subperíodo vegetativo e teor de proteína e entre soma térmica acumulada no subperíodo vegetativo e massa de mil grãos e correlação significativa positiva entre soma térmica acumulada no subperíodo reprodutivo e teor de proteína, entre soma térmica acumulada no subperíodo reprodutivo e teor de óleo e entre soma térmica acumulada no subperíodo reprodutivo e massa de mil grãos. Conclui-se que, o ambiente de terras baixas apresenta elevado potencial produtivo para a cultura da soja em anos de ocorrência de La Niña, com variação de produtividade, massa de mil grãos, teor de proteína e teor de óleo entre as cultivares avaliadas. Com base nisso, pode-se afirmar a possibilidade de se obter maior produção e qualidade de grãos de soja, a partir da escolha de cultivares mais adaptadas ao ambiente de produção de terras baixas na região Central do Rio Grande do Sul.