“…Mas qual a real efetividade de um cinema indígena, quando, numa acepção coletiva da produção audiovisual, propõe que seja o Outro a responder por todo o processo de autogestão, sem qualquer mediação que não seja a do seu próprio mundo (histórico, cosmológico e político)? Em uma perspectiva histórica, respostas podem ser encontradas no fato americano, com Sol Worth e John Adair que, em 1966, trabalharam com os Navajo, de Pine Springs, no Arizona (EUA), o que os tornam, na antropologia visual, precursores da mídia indígena (Gonçalves, 2016) 12 . Analisando o fato latino-americano, do México, Bolívia, Colômbia, Chile, ao Brasil, Amalia Córdova (2011: 82-83) observa um "corpus bastante heterogêneo", "geograficamente disperso" e vinculado a "processos sociais e pressões locais", além de uma produção entre a visibilidade e a luta política, o documento e a atualidade, a educação cultural e o fortalecimento da identidade comunitária.…”