A especificidade do patrimônio documental do teatro vem sendo tratada a partir da articulação da efemeridade como centro do debate sobre sua preservação. A ideia parte da adoção do espetáculo na distinção do teatro enquanto expressão estética. Este artigo pretende questionar tal acepção, pois se acredita que o critério que serve para singularizar o teatro como arte não o encerra como campo de estudo, principalmente se analisado numa perspectiva histórico-social. Por meio desta, é possível identificar no interior do teatro práticas que perduram no tempo. O trabalho tem origem no envolvimento da autora com a organização de arquivos pessoais no Centro de Documentação e Informação da Fundação Nacional das Artes (Cedoc/Funarte) e se apoia naquilo que é possível identificar como recorrente na constituição de conjuntos documentais dessa natureza para tratar dos registros do teatro para além da sua concepção como vestígios da cena.