<p>Ao longo de três anos observamos uma experiência de intervenção simples, mas que causou enorme impacto em um <em>campus</em> de uma universidade pública, localizada no interior do Estado de São Paulo. Tal intervenção ocorreu em um dos prédios desse <em>campus.</em> Como se tratava de um prédio com bastante circulação havia vários murais para fixação de cartazes, avisos e outros informes. A intervenção consistiu em inverter o sentido dos cartazes, colocando-os de ponta cabeça. A autoria dessas ações foi mantida sob total sigilo e os resultados foram significativos. Alguns riram, outros perguntavam pelos autores e a maioria, bastante incomodada, indagava sobre o sentido daquilo. Tomando esta intervenção como objeto de análise e reflexão foi possível discutir despotencializações da linguagem, no cotidiano, impingidas por estereotipias e repetições, no processo de significação, bem como, efeitos que rupturas de tais estereotipias geram nas relações sociais e nas produções de subjetividade.</p>