Este artigo elabora uma discussão sobre a pandemia produzida pelo novo coronavírus como um fenômeno relacionado aos contextos das desigualdades étnico- sociais e às crises sistêmicas vinculadas ao colonialismo. Acredita-se que as injustiças raciais colaboram com a redução das capacidades de sonhar, pensar e realizar das e dos artistas pretos. Parte-se, portanto, da questão: “quais estratégias têm sido organizadas para estimular artistas pretos e pretas a retomarem as capacidades criativas no contexto da pandemia?”. Toma-se como campo de abrangência o estado da Paraíba no Brasil. O objetivo é compartilhar os processos relacionados às ações do Fórum de Artistas Pretos e Pretas da Paraíba na luta pela implementação de políticas públicas antirracistas para as Artes em tempos de pandemia. Teoricamente, aborda-se o conceito de decolonialidade como um projeto coletivo capaz de gerar emancipação por meio de atitudes combativas à continuidade do colonialismo moderno. Discute-se a importância da valorização de aspectos da autorreflexão, da crítica criativa e do ativismo nos processos de resistência às representações do racismo e do colonialismo. Pretende-se, com essa discussão, garantir visibilidade para a importância de os agentes culturais pretos e pretas, envolvidos na cadeia de formação da cultura, tomarem para si a consciência dos prejuízos gerados pelo racismo e criarem condições de promoção da equidade racial a favor de uma sociedade mais justa