“…Conforme Brandão (2017), entre 1995 e 2016, o Brasil sofreu três rodadas de neoliberalização, capazes de promover mecanismos e instrumentos de experimentações re-regulatórias, com variadas repercussões. A primeira, de 1995/2002, no governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002, foram implementadas políticas baseadas no Consenso de Washington; a segunda, de 2003/2015, nos governos Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2015), foi marcada pela macroeconomia conservadora, que privilegiou o mercado financeiro, as alianças com grupos conservadores relacionados ao rentismo e à especialização em commodities, sem o devido enfrentamento da questão urbana e regional, a despeito de políticas progressistas; e a terceira, no governo Michel Temer (2016-2018), que reinaugura as políticas neoliberais dos anos noventa, com profundas consequências ao padrão regulatório nacional vinculado às três mercadorias fictícias: terra, dinheiro e trabalho, a la Polanyi (1980), capazes de alterar a relação capital-trabalho.…”